Vale a pena conhecer a Ilha do Mel? Como ir, onde ficar e o que fazer nessa ilha localizada no litoral do Paraná? Como conhecer as praias de Nova Brasília, o Farol das Conchas e a famosa Gruta das Encantadas?
A verdade é que eu gosto muito de ilhas, justamente por causa dessa possibilidade de estar cercado não somente de água, mas de praias por todos os lados.
Mas se não circulam carros na ilha, isso para mim já é uma garantia ainda maior de contato com a natureza e isolamento que às vezes a gente precisa. É o caso por exemplo da Ilha Grande, um paraíso ainda intocado no litoral do Rio de Janeiro, ou as ilhas de Tinharé ou Boipeba, na Bahia.
E também o caso da llha do Mel. Os carros precisam ficar no continente, e apesar da ilha ser pertinho, rodas por lá, só as das bicicletas.
Quando falamos paradisíaco, no caso da Ilha do Mel é um paraíso mesmo, tanto que na ilha só é possível circular a pé. Mas não são necessárias longas caminhadas, em curtos trechos já é possível visualizar várias praias.
Confira a seguir as principais praias, trilhas e lugares para conhecer na Ilha do Mel.
Ilha do Mel: Como Ir, Onde Ficar e O que Fazer – Encantadas e Nova Brasília
O que fazer na Ilha do Mel: Roteiro Completo
Ilha do Mel – Como Chegar
Chegar na Ilha do Mel é bem tranquilo. O trajeto pode ser um pouco mais demorado na alta temporada, mas caso você evite os horários de pico, vai encarar com mais tranquilidade.
Existem três modos principais de ir até a Ilha do Mel.
- De carro: para quem tem carro essa é uma opção, mas como não circulam carros na ilha, você terá que deixar seu carro em um estacionamento do terminal de embarque para a Ilha. Em Pontal do Sul, por exemplo, existem vários estacionamentos perto do terminal, que custam em média R$ 15,00 a diária.
- Onde estacionar: O Estacionamento Portal do Mel, que fica ao lado do Terminal de Embarque para a Ilha, nos foi recomendado pela Pousada Enseada das Conchas. Procurar pela Dona Lucia (41) 9174-1479. Caso opte por outro estacionamento, é bom pesquisar bem antes, alguns deles já vem gerando reclamações. E nunca deixar as chaves no estacionamento, já que você vai ficar alguns dias fora.
- De trem: uma opção diferente, para quem não está com muita pressa de chegar, é de ir de trem de Curitiba até Morretes, uma linda cidade próximo a Paranaguá. O valor de passagem mais barato é de R$ 79,00 (ida) e R$ 55,00 (volta). De Morretes, você ainda precisará pegar um ônibus da Viação Graciosa até Paranaguá.
- De ônibus: foi a nossa opção. Já tínhamos visto no blog da Carla Boechat, o Fui, Gostei, Contei que existem duas opções, via Pontal do Sul ou via Paranaguá. A Carla fez os dois caminhos e achou mais conveniente via Paranaguá, veja no blog dela como foi a experiência dela. Nós fomos por Pontal do Sul, pois existem mais opções de horário de barco. Abaixo você verá o passo a passo de ônibus.
Para quem vai de ônibus, que foi o nosso caso, a opção é comprar a passagem pela Viação Graciosa até Paranaguá ou Pontal do Sul. Na hora de comprar o bilhete, já compre também a volta. Isso porque não há guichê de venda no terminal de Pontal do Sul e corre o risco de você chegar para pegar o ônibus e ele estar lotado.
Nós tínhamos comprado somente a ida e não conseguimos comprar a volta quando chegamos no terminal de Pontal do Sul. A solução foi comprar o bilhete pela internet (não há cobrança de taxa adicional) e imprimir na pousada.
- Os bilhetes podem ser comprados tanto no guichê da Viação Graciosa na Rodoferroviária de Curitiba ou pela internet. Existem mais opções de horários de ônibus para Paranaguá (verificamos 18 horários), mas fique ciente que ao chegar por lá, as opções de horário do barco são menores (e o trajeto de barco dura 1h30). Em determinados períodos, só existem 2 opções de horário para o trajeto de barco.
Consulte o site da Abaline para saber os horários.
- Para Pontal do Sul, existem menos horários de ônibus (verificamos na nossa ida 5 horários: às 7h30, 10h20, 14h30, 17h20 e 20h45), mas por outro lado os barcos para a Ilha do Mel saem de 30 em 30 minutos (na alta temporada) ou 1 por hora (na baixa temporada).
- Fique atento na hora de comprar e ao invés de Pontal do Sul, escolha a opção Pontal (Ilha do Mel). Como são poucos horários e o ônibus faz um pinga pinga danado, se possível compre a passagem com antecedência.
A viagem de Curitiba até Pontal do Sul levou um tempão, cerca de 3 horas. Isso porque viajamos numa segunda-feira, que teoricamente não seria um dia muito cheio para descer ao litoral, mas como o ônibus faz muitas paradas pelo caminho, isso atrasou bastante. Para ajudar, na hora que chegamos em Pontal do Sul, devido ao atraso do ônibus, o barco tinha acabado de sair. Conclusão: tivemos que esperar mais 1 hora para embarcar.
- De barco: O trajeto de barco custa R$ 30,00 de Pontal até Ilha. A viagem dura apenas 30 minutos, super tranquila. Na hora de comprar a passagem, informe qual o destino (Nova Brasília ou Encantadas), os barcos são diferentes.
E chegando na Ilha do Mel, novamente fica a dica. Os caminhos são TODOS de areia pela ilha, então esqueça sua mala de rodinha, ou se levar, saiba que terá que carregá-la na mão. Para os mais abonados, há opção de contratar um carreto para ajudar no trajeto, mas o valor mais barato é de R$ 30,00.
Ao desembarcar do trapiche, em Nova Brasília, existe um quiosque de informações turísticas, onde você pode pegar um mapa da ilha e pedir informações.
Mas não tem muito o que errar. Quer dizer, na verdade sempre tem rs, mas no início é mais fácil. Descendo do trapiche, você caminha um pouco adiante e vira à direita, no caminho para a Praia de Fora / Praia do Farol. Há uma longa rua, com várias pousadas e restaurantes.
Detalhe: as ruas são de areia, portanto sua mala de rodinha não terá muita utilidade por aqui.
Nós fomos a pé mesmo, até a Pousada Enseada das Conchas, onde ficamos hospedados.
Onde Ficar na Ilha do Mel
Para quem procura hotéis ou pousadas na Ilha do Mel, fica a dica: a ilha é um lugar especial, onde a proposta é um contato maior com a natureza. Portanto, a sua hospedagem tem que combinar com essa fórmula, para que a viagem seja melhor ainda.
Ao mesmo tempo, pelo menos para mim, a interação com a natureza não está dissociada do conforto. Eu procuro um lugar que consiga aliar essas duas demandas: o respeito e interação com a natureza e ao mesmo tempo o bem estar.
Já fiquei hospedado em cada roubada que se vende como uma hospedagem rústica ou ecológica, mas é tudo desculpa para falta de estrutura e falta de cuidado com a experiência de seus hóspedes.
Por isso, quando conferi a avaliação de hospedagem da Carla Boechat, do blog Fui, Gostei, Contei, já fiquei bem animado em relação ao lugar em que ela havia ficado. Colaborou também o fato da pousada ser a segunda melhor avaliada no TripAdvisor. E confiram a seguir como foi nossa experiência.
A Ilha do Mel tem duas opções principais de hospedagem. Ou você fica em Nova Brasília, ou você fica em Encantadas.
- Quem fica em Nova Brasília tem uma opção mais tranquila de hospedagem, com menos badalação, mas está bem localizado: existem 3 praias bem próximas e alguns restaurantes. Mercadinho só encontramos um.
- Quem fica em Encantadas, tem mais opção de baladas noturnas, bares e restaurantes à beira mar (em Nova Brasília as praias não possuem quiosques ou restaurantes) e tudo parece mais concentrado, portanto o agito é provavelmente maior (digo provavelmente porque não ficamos lá à noite para conferir).
De qualquer forma, não me parece que você pode cometer um erro se escolher ficar em uma ou em outra localidade. As duas regiões são opções agradáveis de hospedagem. Somente se você privilegia tranquilidade, talvez deva escolher Nova Brasília; enquanto para quem busca mais vida noturna, a melhor opção é Encantadas.
Em relação às praias, as duas também estão muito bem servidas.
IMPORTANTE: quando for pegar o barco de Pontal para a Ilha do Mel, é importante definir se você vai ficar hospedado em Nova Brasília ou Encantadas. As embarcações são diferentes. Caso você pegue o barco errado, terá que pegar outro barco para a região final.
Depois que chegamos na Pousada Beehouse e no Restaurante Mar e Sol, que ficam num largo e tornaram-se referência de localização, ficamos um pouco confusos e nos perdemos, portanto vale a pena perguntar às pessoas. Não foi nada drástico, mas com malas, o caminho acaba ficando mais cansativo.
Ao todo, acho que levamos uns 15 minutos (incluído o momento lost) para chegar até a Pousada.
Pousada Enseada das Conchas
Chegamos na Pousada e fomos recebidos pelas simpáticas moças que trabalham por lá: a Yana e a Joyce. Elas pediram que aguardássemos um pouco, pois Carlos e Sueli, os responsáveis pela pousada, estavam atendendo outros hóspedes.
Desabamos eu e Cleber, cada um em uma rede, e já deu pra sentir que relaxar era o lance por ali. Enquanto ficamos ali descansando na rede, os gatinhos da pousada (são mais de 10) ficam circulando, bem na deles. Logo Carlos e Sueli apareceram para nos recepcionar.
É bom dizer que numa pousada com apenas 4 quartos, você se sente mais em uma casa do que propriamente num hotel. E o atendimento de Carlos e Sueli faz com que a gente se sinta ainda mais à vontade. Eles são simplesmente o máximo: muito atenciosos, carinhosos e prestativos. Fizeram de tudo para a nossa experiência ser a melhor possível.
Um carinhoso bilhete de Sueli, com dois bombons, já deu o tom de nossa hospedagem. Entre as belas palavras, Sueli nos convida a “fazer parte da paisagem”. Adorei!
Carlos passou um tempo explicando as normas da pousada, e já percebemos que como qualquer casa que se preze, eles são bem zelosos com a deles. Cuidados para não manchar lençóis ou lavar os pés na chegada são logo informados.
As instalações não são muito sofisticadas, é bom avisar, porém bastante funcionais. Tudo o que você precisa está lá e funcionando bem: ar condicionado split, televisão, frigobar com antena parabólica, wi-fi, chuveiro elétrico e uma cama confortável. O conforto é garantido.
Um charme é que cada quarto é decorado de uma cor, as cores do Feng Shui. Ficamos na suíte Amanhecer, dominada pelo amarelo. Caso você tenha uma preferência de cor, vale mencionar na reserva.
O wi-fi deu um probleminha em um dos dias, mas Carlos se mostrou bastante preocupado e resolveu o problema rapidamente. A forma como as pessoas se preocupam com os problemas e providenciam as soluções é um bom indicador da qualidade da hospedagem.
As janelas possuem telas para evitar a entrada de mosquitos e, ao contrário do que imaginávamos, os mosquitos nos deram um pouco de folga nessa viagem. Em geral eles me adoram.
A atenção aos detalhes também costuma ser um indicador importante para mim, e notamos isso na Enseada das Conchas. Além dos mimos e do cuidado do quarto em nossa chegada, flores e detalhes de decoração são encantadores.
O maior luxo de todos estava lá. Ser tratado com carinho e cuidado, não tem preço. Carla (a blogueira que me deu a dica dessa pousada) não exagerou em seu relato quando disse que, em sua hospedagem, ela tinha feito amigos. Quando fomos embora, me despedi com aquele aperto no coração, de quando a gente abandona um lugar e pessoas muito queridas para trás.
Delícias no café da manhã
Se no primeiro dia, nosso contato tinha sido maior com o Carlos, com quem conversamos bastante sobre a ilha e sobre viagens em geral, na manhã de nosso segundo dia, foi a vez de ver toda a tradução do carinho de Sueli no preparo do café da manhã.
Tudo o que precisávamos estava lá, e com ótima qualidade. O suco de laranja é feito na hora, o café quentinho, frios e frutas, entre outros.
Devo advertir que os pães da Sueli (toda hora eu penso em escrever Dona Sueli, mas lembro que ela não gostava de ser chamada de Dona) são incríveis.
Os pães são preparados na hora. Por isso, no dia anterior, Carlos já havia nos perguntado que horas preferíamos o café da manhã. Eles saem quentinhos, caseiros e em diversos sabores, doces ou salgados. O de chocolate, por exemplo, era uma receita nova de Sueli, estava delicioso.
A disposição também era bastante convidativa, até mesmo com placas com nosso nome na mesa do café.
Enfim, uma maneira perfeita de começar o dia.
Três praias bem pertinho
Em relação à localização, não há muito o que reclamar. A pousada fica a apenas alguns passos de caminhada da Praia do Farol e em menos de 10 minutos de caminhada, já estávamos na base do Farol das Conchas, uma das maiores atrações da Ilha do Mel.
Em relação a restaurantes, também estão perto dali os já citados Mar e Sol e Beehouse.
Batemos um papo e tomamos um café com o proprietário do Ilha do Mel Café, super legal. Ele nos mostrou um mapa com todas as pessoas que já tinham visitado o café: gente do mundo inteiro!
Atrás da pousada tem um mercadinho, que nada mais é do que uma janelinha com uma casal muito simpático. Você chega lá e pede o que você quer. Na nossa última compra por lá, ficamos uma meia hora conversando com eles.
E, finalmente, não há luz nas ruas, então circular de noite exige que você ande de lanterna. Faz parte do esquema roots do lugar.
E para a despedida, fica aqui nossa última foto com o casal Carlos e Sueli, sempre solícitos e gentis, e no último dia roubei um abraço bem gostoso deles. E tá registrado a nossa foto, esperamos voltar.
partimos com o coração apertado e já com vontade de voltar
Para reservar, entre em contato diretamente com a pousada ou reserve pelo Booking.com através de nosso link, assim você colabora com o trabalho do Viagens Cinematográficas.
FICHA TÉCNICA:
Pousada: Pousada Enseada das Conchas
Direção: Nova Brasília, Ilha do Mel/PR
Preço: R$ 253,00 na baixa temporada ou R$ 330,00 na alta (dezembro a fevereiro), preços para casal.
Os preços da Ilha do Mel são um pouco mais caros do que em outros destinos, pelo fato de ser uma ilha somente acessível por barco.
O melhor: O carinho dos proprietários para com os hóspedes, sempre presentes, realmente faz a diferença para tornar a experiência melhor. Os pães no café da manhã são uma delícia.
O pior: Em uma das noites rolou um problema com o Wi-Fi, mas foi resolvido posteriormente. A distância do Trapiche pode incomodar na chegada, por isso se estiver com malas pesadas, cogite contratar os serviços de carregadores.
Ano: 2014
País: Brasil
Nova Brasília, Praias e Farol das Conchas
Há muuuuuuitos anos atrás, eu fiz uma excursão até Curitiba (sim, excursão, aquela mesma de ônibus com grupo e um guia fazendo piadas na frente do ônibus). Um dos passeios bate-volta foi até a Ilha do Mel, e lembro que um dos momentos mais marcantes foi quando nós subimos até o mirante do Farol das Conchas.
Em minha memória, eu lembrava de uma paisagem em que se avistava inúmeras praias, umas 5 pelo menos. Eu sempre pensei em voltar até esse lugar incrível de uma de minhas primeiras viagens.
E finalmente chegou o dia. Depois de termos pego o barco de Pontal do Sul, chegado na deliciosa Pousada Enseada das Conchas, montamos nossa mochila de ataque e #partiuPraia!
Quando falamos que a Ilha do Mel é rústica, não estamos brincando. Não circulam carros e o mais próximo de um mercado que encontramos em Nova Brasília foi uma janela em uma casa, onde a simpática moradora vende alguns produtos. Não há farmácia, mas as pousadas são bem estruturadas e também existem vários restaurantes.
Nos preparamos para uma enorme trilha até a primeira praia, mas ficamos surpresos que em apenas alguns passos já chegamos na Praia do Farol, situada bem em frente da nossa pousada. Adoro esse turismo ecológico e prático ao mesmo tempo. 🙂
Enfim, a Ilha do Mel é isso aí. Se alguns momentos a ilha é isolada (com acesso apenas por barco) e somente com ruas de areia, por outro possui pousadas charmosas e bem pertinho do mar. Nota-se que o pessoal de lá tomou cuidado em interagir com a natureza, mas sem ser muito invasivo.
Praia do Farol
A Praia do Farol, a primeira de nosso circuito, estava deserta, graças a Deus.
Fomos numa segunda-feira, então apesar de ser mês de dezembro, os lugares estavam super tranquilos, do jeito que gostamos. Não tem nada mais gostoso do que chegar numa praia deserta e sentir que ela é toda sua.
As características das praias da ilha são a areia batida e a cor da água do mar mais escuro. Ou seja, visualmente a praia não tem aquele aspecto de lugar paradísiaco do Caribe a que estamos acostumados.
Mesmo assim, as praias são muito limpas e selvagens. A areia da praia, por exemplo, se confunde com plantas que avançam em direção ao mar.
Farol das Conchas
Em uma curta caminhada, chegamos no canto direito onde começa uma escadaria para o Farol das Conchas. A escadaria pode intimidar de início, mas é só subir com calma que se alcança o topo em menos de 15 minutos. Lógico, lá em cima você já um pouco suado e ofegante: normal.
Quando você chega ao topo do morro, o visual compensa qualquer esforço. Existem belos mirantes tanto para a Praia do Farol (que tínhamos acabado de percorrer) estendendo-se até a Fortaleza, como para a Praia de Fora e Praia Grande, as próximas que iríamos visitar.
Chegar lá em cima rende inúmeras fotos incríveis e sim, é tudo aquilo que a lembrança daquela excursão antiga e que me fez querer sempre voltar para lá. Além das fotos abaixo, fique ligado na primeira foto dessa matéria e na foto quadrada, o visual também é de lá do Farol.
O local é tão lindo que serviu de locação para o filme “A Ostra e o Vento”, com Leandra Leal e Lima Duarte.
No filme de 1997 dirigido por Walter Lima Jr. e com direção de fotografia de Pedro Farkas, o farol domina a paisagem em várias cenas.
O filme conta a história de uma menina que vive em uma ilha isolada, acompanhada de seu pai que cuida do farol. Lindo filme, linda locação (cenas também foram gravadas em Jericoacoara).
Praia de Fora
Na sequência, alcançamos a Praia de Fora, acesso bem tranquilo a partir da base do Farol mesmo.
Ao chegarmos, já ficamos encantados com algumas flores na chegada, efeito que se repetiria em vários momentos e trilhas pela Ilha do Mel. A natureza é observada em várias manifestações, sempre em estado selvagem.
Na Praia de Fora, vale a pena fazer mais alguns registros com o Farol das Conchas dominando a paisagem.
Praia Grande
Para chegar na Praia Grande, acabamos nos confundido um pouco e acho que ficamos andando em círculo. Mas afinal reencontramos o caminho e chegamos nessa praia externa e também desabitada (cerca de 20 minutos de caminhada de Nova Brasília).
Nesse momento, até pensamos em continuar a caminhada até Encantadas, mas resolvemos deixar para o dia seguinte.
Em um cenário paradisíaco como aquele, o que nos tentou mesmo foi finalmente tirar uma canga de nossa mochila e montar “acampamento”. Quando vimos, estávamos dormindo na areia do lugar, absolutamente relaxados. Paz total só quebrado pelo movimento de bicicletas, do que pessoal que usa esse que o único meio de transporte na ilha.
Mas ficou aquele gostinho de querer ter seguido adiante e alcançado a região de Encantadas. Mas essas serão as cenas do próximo capítulo.
Trilha de Nova Brasília até Encantadas
Na Ilha do Mel, no Paraná, as hospedagens e praias se concentram em duas regiões principais: Nova Brasília e Encantadas. As duas são um pouco distantes e facilmente acessadas através de barco.
No segundo dia, resolvemos fazer a caminhada desde Nova Brasília até Encantadas. Apesar do tempo não ter ajudado muito, ficamos encantados com os mirantes que encontramos no caminho. E chegando em Encantadas, muitas belezas.
Tanto que apesar da facilidade da viagem de barco, recomendo fortemente que você faça essa caminhada de um ponto ao outro da ilha. O que você encontra no trajeto, é compensador. E se estiver cansado, que foi nosso caso, é super tranquilo pegar o barco para voltar ao seu destino inicial.
Quem preferir, pode fazer o percurso de bicicleta, mas eu acho que deve ser meio complicado fazer esse trajeto de bike, já que envolve muita subida e trechos sobre a areia.
Nosso dia começou com um delicioso café da manhã na Pousada Enseada das Conchas e já nos abastecemos para uma caminhada até a Vila de Encantadas, na Ilha do Mel.
Início da Caminhada: Praia do Farol
Parte dessa caminhada que faríamos nós já tínhamos feito no dia anterior. Da Praia do Farol, onde nossa pousada está situada, partimos diretamente para a Praia Grande, que é uma das praias mais extensas de ilha. O caminho pode ser feito tanto passando pela Praia de Fora ou por dentro da ilha.
Infelizmente, o tempo lindo que tinha feito no dia anterior cedeu lugar para um dia nublado. Pelo menos não chovia, como é bem característico na ilha.
No final da Praia Grande, o acesso para a praia seguinte é pelas pedras. Por isso, a recomendação é fazer a trilha na maré baixa.
Praia do Miguel
Uma das praias mais desertas e selvagens da ilha, a Praia do Miguel fica num trecho sem nenhuma ocupação. Estamos no meio do caminho entre Nova Brasília e Encantadas.
Uma das grandes atrações de nossa caminhada foi conferir os mirantes do alto dos morros. A Praia do Miguel está cercada por dois morros, portanto a vista do alto estava garantida.
Foi no final dessa praia que encontramos o Morro do Sabão. O nome do morro já assusta: sabão por ser escorregadio. Sorte nossa que não tinha chovido.
Morro do Sabão
Do alto do morro, a vista é perfeita para grande parte da ilha, mas principalmente para a Praia do Miguel e dá para ver até o Farol das Conchas. Uma pena mesmo o tempo estar nublado.
Além das praias e mirantes, outra coisa que nos encantou foi ver as diversas flores que existem no caminho. No Morro do Sabão tinham alguns caminhos repletos de flores, mas encontramos elas brotando até no meio da areia. Lindo.
Praia de Fora das Encantadas (Mar de Fora)
Quando cruzamos o Morro do Sabão, tivemos imediatamente aquele impacto com mais uma paisagem cinematográfica da Ilha do Mel.
Do alto do morro avistamos a Praia de Fora das Encantadas, linda. Um pequeno curso de água segue em direção do mar e a vegetação cresce transformando a areia em tons verdes.
As trilhas são tranquilas para serem percorridas e há uma descida com degraus até a praia. Novamente, demos sorte mas dizem que o caminho é bem escorregadio. No nosso caso, achei que estava tranquilo.
Ponta da Nhá Pina
Dali caminhamos até a Ponta da Nhá Pina, um lugar com outro mirante incrível para as praias da região. Tiramos várias fotos por lá.
Na praia, um aspecto interessante. Construíram uma “praça de alimentação” de frente para o mar, com alguns bares e restaurantes. O lugar é bem feinho, não nos animamos a ficar por lá.
Gruta das Encantadas
Chegou finalmente a hora de alcançar um dos cartões postais da Ilha do Mel.
Como nos demoramos demais na caminhada (entre 1h30 a 2h), nas paradas nos mirantes e nas fotos, eu estava um pouco preocupado em alcançar a gruta ainda na maré baixa. Para entrar na gruta, é preciso chegar com a maré baixa.
Felizmente chegamos na gruta e a maré ainda estava baixa, o que permitiu que a gente entrasse na gruta e tirasse várias fotos.
O que mais a gente gostou foi fotografar a gruta de dentro, mostrando o desenho com o céu de fundo. As nossas sombras ficaram bem interessantes nas fotos.
Encantadas
Caminhada concluída e Gruta das Encantadas conhecida, fomos até a Vila das Encantadas para procurar um lugar para almoçar.
Ao contrário de tudo o que tínhamos lido na internet, achamos Encantadas bem melhor estruturada do que Nova Brasília. O supermercado de Encantadas entrava em contraste com a janelinha que a gente comprava produtos em Nova Brasília. Lembrando que não circulam carros na ilha.
Outra coisa legal em Encantadas é que havia vários lugares para comer à beira mar. Mas ainda assim, acho que tanto Nova Brasília como Encantadas são legais para ficar.
Finalmente, chegou a hora de voltar. Os barcos saem de hora em hora para Brasília e a viagem de volta foi bem tranquila.
15 Comentários
Sou de Paranaguá e achei muito interessante ler um relato tão bem escrito e detalhado sobre a Ilha do Mel. É de longe o melhor lugar do nosso litoral paranaense! Parabéns pelo relato.