Quais são os melhores destinos de ecoturismo do Brasil? Aqueles lugares perfeitos para quem quer viver uma viagem de imersão na natureza.
Você já deve ter ouvido falar das 7 maravilhas do mundo. A New7Wonders fez uma campanha global para eleger as 7 maravilhas do mundo moderno e as 7 maravilhas da natureza. E se tivéssemos que descobrir as 7 maravilhas da natureza do Brasil?
As 7 maravilhas do mundo moderno eleitas foram a Cidade de Petra, o Coliseu, Chichén Itzá, Machu Picchu, o Taj Mahal, as Muralhas da China e finalmente, o Cristo Redentor. E se falarmos nas 7 maravilhas naturais, a Floresta Amazônica e as Cataratas do Iguaçu entraram nessa lista para representar o Brasil.
Quer saber a melhor parte?
Como sempre aqui nas nossas listas, só falamos de destinos que efetivamente conhecemos.
E a nossa traz os 7 Melhores Destinos de Ecoturismo do Brasil que mais deixaram a gente apaixonados. São lugares cinematográficos que ficam marcados na memória de qualquer viajante.
Em cada uma dessas maravilhas naturais, vamos apresentar também quais são as iniciativas de turismo sustentável nesses destinos e como você, visitante, pode colaborar.
Você talvez tenha algum destino diferente que não foi colocado aqui. Então não deixe de comentar no final desse post: qual é a maravilha da natureza do Brasil que você acrescentaria nessa lista?
Top 7 Melhores Destinos de Ecoturismo do Brasil
Quais são as 7 maravilhas da natureza do Brasil?
1 – Lençóis Maranhenses, Maranhão
Já imaginou uma imensidão de dunas, com lagoas de água cristalina entre as dunas?
Numa área de 155 mil hectares, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é dessas paisagens de tirar o fôlego. Ficamos apaixonados pelo lugar, em nossa viagem em 2011, e depois ainda retornamos em 2018 e 2019, parte de nosso roteiro na Rota das Emoções.
Quer saber o melhor?
Uma das coisas mais legais é que a região surpreende também pela diversidade natural.
Além das dunas, cartão postal dos Lençóis Maranhenses, praias e rios completam os ricos ecossistemas dessa maravilha da natureza do Brasil.
Ecoturismo e Sustentabilidade
A área gigantesca (quase o tamanho da cidade de São Paulo) faz parte do Parque Nacional Lençóis Maranhenses. O parque, assim como diversos outros no Brasil, é administrado pelo ICMBio – Instituto Chico Mendes, que através de um Plano de Manejo, define algumas regras.
Entre as regras o acesso somente para veículos e guias credenciados é uma delas.
Você sabia?
É proibida a venda e consumo de bebidas alcoólicas no Parque (infelizmente não respeitada durante nossa visita, um grupo colocou um isopor com bebidas dentro de uma lagoa). A proibição de fogueiras complementa o grupo de regras.
Apesar dos guias de turismo atuarem na preservação ambiental dentro do Parque, seja também um fiscal. Obviamente, não deixe lixo nas dunas ou nas lagoas, mas também fique de olho e conscientize outros visitantes.
Entidades vem atuando na capacitação e desenvolvimento de autonomia das comunidades e pessoas da região. Em nossa última viagem visitamos a Comunidade do Marcelino, a partir de Barreirinhas. Lá eles desenvolvem um lindo trabalho de artesanato com o buriti, vegetação típica da região. Esse trabalho recebe o apoio do Sebrae. Inclua no seu roteiro de viagem os passeios culturais como esse pelo Rio Preguiças e incentive os artesãos da região.
Dicas de Viagem
- Como chegar: a principal porta de entrada é a cidade de São Luís, capital do Maranhão. De lá é possível ir de carro, de ônibus ou de vans para as cidades base para conhecer os Lençóis Maranhenses. A região também faz parte da Rota das Emoções, e diversas operadoras trabalham com esse roteiro que inclui os Lençóis Maranhenses, o Delta do Parnaíba e Jericoacoara na mesma viagem.
- Quando ir: a melhor época é após a época das chuvas (de dezembro a junho). Dos meses de junho a setembro, as lagoas que são formadas pela água das chuvas estarão mais cheias e favorecendo o banho. A paisagem fica ainda mais bonita. Após o mês de setembro, já na época de seca, as lagoas começam a esvaziar.
- Onde ficar: a principal cidade base é Barreirinhas, mas atualmente os viajantes têm procurado outras bases mais alternativas para explorar a região, como o vilarejo de Atins ou a rústica Santo Amaro do Maranhão (onde as lagoas são mais desertas e inexploradas). Nós adoramos os três lugares.
- Quantos dias: de 4 a 7 dias, dependendo de quantas bases o viajante irá explorar.
Clique aqui para conferir mais dicas:
Lençóis Maranhenses – Quando Ir e Roteiro Completo
2 – Cataratas do Iguaçu, Paraná
As Cataratas do Iguaçu formam o maior complexo de cachoeiras do mundo. As quedas podem alcançar 80 metros de altura e se estendem por uma largura de mais de 2.700 metros.
Grandiosidade não é o problema nessa maravilha, e você provavelmente vai sentir a força e a beleza da natureza como em poucos lugares.
Imagina só!
Imagina entrar embaixo de uma das quedas da Catarata. Tem passeio de barco que vai lá embaixo das cachoeiras e você sai literalmente ensopado. Sair molhado das Caratatas, mesmo andando pelas passarelas, é praticamente inevitável.
As quedas estão localizadas parte em território brasileiro e parte no território argentino. A dica é reservar 1 dia para explorar cada lado das Cataratas, pois as experiências são complementares.
Ecoturismo e Sustentabilidade
O Grupo Cataratas, concessionária responsável pela administração do parque, possui práticas de sustentabilidade já premiadas. O destino já foi premiado com o Guia Exame de Sustentabilidade e o Prêmio Baztoa.
Entre as práticas sustentáveis, podemos destacar a regularização de comunidades do entorno do Parque, a estruturação de uma rede de parceiros que também possuem compromisso social e ambiental e principalmente, a conservação da biodiversidade.
A empresa já investiu 20 milhões de reais em iniciativas de apoio à conservação do meio ambiente e muitos projetos dedicados à biotecnologia, que permitem a recuperação de espécies praticamente extintas.
E você?
Você também pode fazer a sua parte.
Jamais alimente os animais do parque. Alguns deles, como os quatis, já ficaram acostumados (ou até dependentes) de alimentos industrializados e costumam “roubar” e atacar os turistas. Procure se alimentar somente em lugares fechados ou evite embalagens muito barulhentas, que atraiam os animais.
Dicas de Viagem
- Como chegar: o meio mais prático de chegar é através do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu
- Quando ir: as Cataratas do Iguaçu podem ser visitadas durante o ano, mas o volume das quedas é que deve variar conforme a época do ano. No verão chove mais, portanto o volume das quedas é maior (a água pode ficar mais barrenta e paisagem com névoas que atrapalham a visibilidade). Consideramos melhor durante em períodos de menos chuva, como dos meses de maio a agosto.
- Onde ficar: os visitantes podem se hospedar tanto do lado brasileiro (Foz do Iguaçu) como no lado argentino (Puerto Iguazu). Em Foz, nós ficamos no Viale Tower Hotel e no Selina Hotel, ambos localizados na avenida principal da cidade, com ampla oferta de restaurantes próximos.
- Quantos dias: de 3 a 4 dias é o suficiente para conhecer os dois lados e ainda fazer outros passeios adicionais pela região.
- O que fazer: É essencial fazer os passeios até o lado brasileiro e até o lado argentino das Cataratas do Iguaçu. Não há um lado melhor que o outro, ambos se complementam. Vale conferir também o Parque das 3 Fronteiras e que tal um voo de helicóptero?
Saiba mais:
Foz do Iguaçu – Dicas e Roteiro de Viagem
Assista nosso vídeo de Foz do Iguaçu para saber como foi nossa viagem para as Cataratas.
3 – Jalapão, Tocantins
Depois da novela “Do Outro Lado do Paraíso”, a procura para conhecer o Jalapão aumentou bastante. Mas como visitamos a região em 2013, nossa paixão por esse destino já é antiga.
O Jalapão foi uma das viagens que tive com maior contato com a natureza. O Safari Camp da Korubo fica às margens do Rio Novo, um dos últimos rios de água potável do mundo. As refeições são preparadas com alimentos, em grande parte, cultivados no próprio acampamento.
Os fervedouros são a principal atração dessa maravilha natural e um dos seus principais diferenciais. Nessas piscinas naturais de águas cristalinas, a força das águas impede que as pessoas afundem. Cachoeiras, dunas e chapadões são outras atrações do lugar.
Turismo Sustentável
A região permanece ainda preservada, em grande parte, pela dificuldade de acesso. As estradas são precárias e os acessos restritos a veículos quatro por quatro. Moradores têm muita dificuldade de locomocação, e já houve casos de atolamento de ambulâncias e veículos escolares.
Pode ficar melhor (ou pior?)
Dentre os destinos dessa lista, Jalapão é provavelmente o que menos facilita a vida do turistas. Durante nossa viagem, ficamos sem sinal de celular por dias. Fazer longas trilhas e percorrer estradas de terra é comum. Por outro lado, isso permite um contato muito mais próximo e autêntico com a natureza. O impacto ambiental é mínimo, ainda, pois há projetos de asfaltar caminhos para facilitar o acesso.
Um dos exemplos de sustentabilidade é a produção de capim dourado, um dos maiores atrativos turísticos do Jalapão. O capim dourado foi responsável pela melhora de indicadores sociais da comunidade de Mumbuca (uma das principais produtoras). As melhorias incluem condições de moradia, saúde e educação.
Dicas de Viagem
- Como chegar: o acesso é através de Palmas, capital do Tocantins. De lá, é aconselhável reservar um roteiro com uma agência especializada, já que circular pelas estradas de terra e areia do Jalapão não é tarefa das mais fáceis.
- Quando ir: de maio a setembro é a época mais seca, e quando faz mais calor. Com as chuvas de verão, os mosquitos também podem participar ativamente da sua viagem.
- Onde ficar: que tal ficar em um acampamento nas margens de um rio. Por incrível que pareça, é possível se hospedar com relativo conforto, em barracas com cama e banheiro (sempre bom deixar as barracas fechadas para não entrar bichos).
- Quantos dias: o mínimo necessário é de 4 dias, mas em 7 dias dá para incluir alguns outros destinos do Tocantins no seu roteiro.
- O que fazer: Entre os passeios imperdíveis, estão os fervedouros (conheça vários), a Cachoeira do Formiga e a Duna do Pôr do Sol. Nosso roteiro foi organizado pela Jalapão Eletrizante.
Tudo o que você precisa saber:
Jalapão: 10 Perguntas Frequentes, Dicas e Roteiro Completo
4 – Bonito, Mato Grosso do Sul
Uma das maravilhas da natureza do Brasil são as águas cristalinas e tranquilas da região de Bonito, na região Centro-Oeste do Brasil.
Em Bonito e na cidade vizinha de Jardim, uma das atividades mais famosas é fazer as flutuações em rios como o Rio da Prata e o Rio Sucuri. Eles são repletos de peixes circulando bem na sua frente. Podem rolar outros animais também, alguns podem até assustar um pouco. Mas a experiência é tão tranquila que todos irão se sentir no paraíso, até mesmo quem não sabe nadar.
E tem mais…
Outras experiências inesquecíveis em Bonito são as grutas, como a Gruta do Lago Azul e o Abismo Anhumas. A cidade também possui várias cachoeiras e a oportunidade de ver belíssimas araras em seu habitat natural, no Buraco das Araras.
Ecoturismo e Sustentabilidade
Para que esse santuário seja preservado, Bonito foi considerado um dos 100 destinos mais sustentáveis do mundo pela Green Destinations.
Entre as principais ações que impedem que o crescimento de turistas cause um impacto negativo no meio ambiente, está o controle das visitações (os passeios são acompanhados por guias e possuem número limitado). O controle é realizado através de vouchers com informações detalhadas como data, horário, atrativo, nome do turista, quantidade de pessoas, transporte, guia, que permitem que esses dados sejam fiscalizados.
O IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena), uma ONG – Organização Não Governamental local, implementou em vários hotéis a chamada GREEN TAX. Ela substituiu a antiga taxa de turismo. Desta forma, os recursos arrecadados são destinados para projetos de conservação ambiental, como plantio de mudas nativas.
Tem como melhorar?
Os hotéis também primam por ações de sustentabilidade. No hotel onde ficamos hospedados, a água da chuva é usada na piscina e a energia solar para aquecimento. Vale salientar também que Bonito possui um sistema de coleta seletiva de lixo, o que ainda é incomum em cidades do interior do Estado.
Ao planejar sua viagem para Bonito, pesquise e escolha hotéis e agências de turismo que tenham práticas de sustentabilidade para a região.
Dicas de Viagem
- Como chegar: existem vôos diretos para Bonito, mas podem sair bem caros. A opção é pegar um voo até Campo Grande e de lá fazer um transfer até Bonito, que demora cerca de 4 horas.
- Quando ir: cada época tem seus prós e contras. O verão ganha pela temperatura mas perde pelas chuvas, enquanto no inverno chove menos. Uma dica é buscar as estações intermediárias, como a primavera e o outono.
- Onde ficar: A cidade de Bonito possui ampla oferta de hospedagem, de hostels até hospedagens com excelente infraestrutura, como o Hotel Pousada Águas de Bonito e o Marruá Hotel.
- Quantos dias: dá para encaixar dois ou três passeios em um mesmo dia, então é possível aproveitar bem os dias por lá. Mas como há muito o que fazer, o tempo mínimo necessário são 4 dias. O tempo ideal é de 7 dias para aproveitar todos os passeios com calma.
- O que fazer: Entre os passeios obrigatórios, estão as flutuações, como no Aquário Natural e no Rio Sucuri. Mas Bonito também tem cachoeiras, como a Boca da Onça, uma das maiores cachoeiras do Brasil, e grutas, como a Gruta do Lago Azul, cartão postal de Bonito. Nós fizemos nossos passeios com a Acqua Viagens.
Saiba mais:
O que fazer em Bonito – Dicas e Roteiro de Viagem
5 – Costa dos Corais, AL e PE
A Costa do Corais fica na região Nordeste do Brasil. A área ocupa dois Estados, Pernambuco e Alagoas, entre os municípios de Tamandaré (PE) e Maceió (AL).
Uma das principais características da região é que recifes de corais, às vezes distantes da costa, formam grandes piscinas naturais de água cristalina e com muita vida marinha. Essas piscinas naturais são perfeitas para atividade de snorkeling, em destinos já famosos para isso como Maragogi, São Miguel dos Milagres e Paripueira.
Quer mais?
Apesar de não fazer parte da Costa dos Corais, as piscinas naturais de Porto de Galinhas ficam ali pertinho e formam um roteiro de viagem perfeito que pode começar em Recife e terminar em Maceió, ou vice-versa.
Ecoturismo e Sustentabilidade
A APA – Área de Proteção Ambiental da Costa dos Corais atua para verificar lotação e uso correto das piscinas. Em Maragogi, existem quatro piscinas naturais liberadas para a atividade turística: as Galés, as Taocas, as piscinas de Barra Grande e na Ponta do Mangue.
Em alguns casos quando os fiscais identificam ameaças, algumas piscinas naturais são fechadas para preservar a biodiversidade.
Você deve estar se perguntando…
Há um limite de visitantes, que pode variar de 180 a 700 pessoas por dia. A APA também define algumas práticas de conduta consciente, como não alimentar ou tocar os peixes, nadar lentamente para não afugentar os animais e evitar o uso de nadadeiras.
Nas piscinas naturais, respeite a sinalização. Na maré baixa, você não pode entrar em algumas piscinas naturais, pois a água fica retida e os seres humanos, com seus protetores solares, podem contaminar a água e os peixinhos. Seja consciente e faça a sua parte.
A partir de São Miguel dos Milagres, também vale a pena visitar a Associação do Peixe-Boi, um projeto muito bonito. É possível fazer um passeio de jangada pelo rio Tatuamunha e visitar o habitat do peixe-boi, um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados de extinção.
Dicas de Viagem
- Como chegar: as principais formas de explorar essas piscinas são através dos aeroportos de Recife ou Maceió. As duas capitais estão relativamente próximas e a partir de qualquer uma delas é possível alcançar Maragogi, que fica bem no meio do caminho.
- Quando ir: a melhor época é o verão, quando chove menos e as águas ficam mais cristalinas. Nos meses de abril a setembro, as chuvas aumentam e podem prejudicar um ou outro dia da viagem.
- Onde ficar: Porto de Galinhas é um dos destinos brasileiros com melhor infraestrutura ao turista (veja opções de onde ficar em Porto de Galinhas), e de lá é possível fazer passeios até a Praia dos Carneiros ou até mesmo Maragogi. Destinos como Maragogi, Japaratinga (ficamos na deliciosa Pousada do Alto) e São Miguel dos Milagres, em Alagoas, também oferecem boas opções de hospedagem.
- Quantos dias: para fazer o roteiro completo entre as capitais, o tempo mínimo é de 7 dias, mas pode ficar um pouco corrido. O ideal seria uma semana para cada Estado.
O que fazer em Porto de Galinhas: Dicas e Roteiro de Viagem
O que fazer em Maragogi: Melhores Praias e Piscinas Naturais
Como é a Política de Preservação Ambiental no Brasil
No dia 22 de abril é comemorado o Dia da Terra. Essa data foi criada em 1970, nos Estados Unidos, quando uma série de eventos reuniu milhões de pessoas em torno do debate de questões ambientais.
Em 2022, essas questões ganharam ainda maior relevância no Brasil. O Governo Bolsonaro apresenta recordes de destruição do meio ambiente, em vários ecossistemas.
Além do notório desmatamento da Amazônia, os frequentes incêndios no Cerrado e no Pantanal também são um ponto de atenção. Em todos esses ambientes, foram apurados recordes de desmatamento e áreas queimadas.
A anistia para criminosos ambientais, promovida pelo governo, também não colabora para a preservação ambiental. O governo Bolsonaro comemorou a queda de 80% em multas por crimes ambientais.
A expansão do agronegócio, ao invés de privilegiar práticas sustentáveis, aposta no desmonte das políticas de proteção ambiental.
O movimento Greenpeace também apresenta vários outros problemas na gestão ambiental recente do Brasil. Vale acompanhar.
6 – Fernando de Noronha, Pernambuco
A melhor praia do mundo está em Fernando de Noronha. Em sucessivos anos a Baía do Sancho entrou para a lista das melhores praias do mundo, mas seria injusto deixar de fora outras praias como a Baía dos Porcos ou a Praia do Leão. A beleza dessas praias é realmente inacreditável.
Mas a maior maravilha de Fernando de Noronha está mesmo debaixo do mar. Seja através de mergulhos com snorkel ou mergulhos de cilindro, o viajante pode chegar pertinho de uma rica vida marinha.
Você deve estar se perguntando…
Que espécies você irá ver em Noronha? Peixes, golfinhos, tartarugas, moréias, arraias e até tubarões (quase sempre inofensivos) são encontrados nas praias e no mar do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. O acesso ao Parque Nacional é pago e controlado através dos PIC – Posto de Informação e Controle distribuídos em locais estratégicos.
Turismo Sustentável em Noronha
Um dos últimos PIC inaugurados foi o da Praia do Leão, em dezembro de 2018. A construção durou 90 dias e obra é 100% sustentável, com energia solar, decks de madeira plástica e reaproveitamento da água da chuva. No local não há rede de água ou esgoto, então a concessionária Econoronha, responsável pela gestão do Parque, teve que buscar tecnologias sustentáveis e eficientes para colocar o PIC em funcionamento.
Além do Parque Nacional Marinho, a presença do Projeto Tamar também é uma referência de turismo sustentável em Noronha. Com o crescimento do turismo no arquipélago, o TAMAR (que iniciou suas atividades de pesquisa e conservação em 1984) criou na década de 90 um espaço para atrair o fluxo crescente de pessoas.
Vale a pena!
As famosas palestras ambientais promovidas pelo TAMAR viraram um programa obrigatório entre os turistas e acontecem diariamente. No espaço, na Vila do Boldró, funciona o Museu a Céu Aberto da Tartaruga Marinha do TAMAR, que recebe cerca de 40 mil visitantes por ano.
Uma escolha econômica e sustentável em Noronha é escolher o transporte público, ao invés do aluguel de buggy na ilha. Em janeiro de 2020 uma lei proibiu a entrada e a circulação de carros a combustão no arquipélago de Fernando de Noronha, conhecida como Noronha Carbono Zero. A partir de 2022, nenhum carro que emita dióxido de carbono (movidos a gasolina, álcool e óleo diesel) entrará na ilha.
Dicas de Viagem
- Como chegar: o acesso é através de avião, a partir das cidades de Natal ou Recife. Quem viaja de outras localidades, deve fazer escala nessas capitais.
- Quando ir: de março a agosto, as chuvas são mais frequentes do que os turistas em Noronha gostariam, mas por outro lado os preços também ficam mais camaradas. Por outro lado, no verão, o mar fica mais movimentado, o que atrapalha um pouco a visibilidade e as atividades de snorkeling.
- Onde ficar: a Vila do Abraão e a Vila dos Trinta são os principais centros de hospedagem em Noronha.
- Quantos dias: a partir de 4 dias é o tempo mínimo para aproveitar o arquipélago, mas já que é um pouco difícil chegar por lá, melhor ficar o máximo que puder. Lembrando que o visitante paga uma taxa por dia para permanecer no destino.
Consulte também:
Quanto Custa uma Viagem para Fernando de Noronha
7 – Chapada dos Veadeiros, Goiás e Chapada Diamantina, Bahia
Algumas maravilhas brasileiras já entraram na lista dos Patrimônios Naturais pela UNESCO. O Parque Nacional de Iguaçu e a Ilha Atlântica de Fernando de Noronha são algumas delas.
A UNESCO também incluiu o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, considerado como “um dos ecossistemas tropicais mais antigos e preservados do mundo”, o Cerrado.
O Parque Nacional da Chapada Diamantina também se destaca pelos ecossistemas da Serra do Sincorá, especialmente suas nascentes. O Rio Paraguaçu, que se localiza na área da Chapada, é o principal rio da Bahia e abastece boa parte das cidades do Estado.
Quem visita as Chapadas volta com a certeza que conheceu algumas das cachoeiras e paisagens mais impressionantes do Brasil.
Ecoturismo e Sustentabilidade do Parque
Para manter a preservação da Chapada, planos são revisados anualmente. Incluem ações de fiscalização, monitoramento e combate a incêndios florestais. Não é permitido construir, acampar, andar de carro ou fazer barulhos altos, tudo para interferir o mínimo no ambiente.
Mas é triste saber…
Esses paraísos e santuários ecológicos estão sempre ameaçados.
A Chapada Diamantina é vítima de vários incêndios, especialmente nos meses de outubro e novembro.
Aliás, vale comentar sobre o trabalho importante que a BV Lençóis – Brigada Voluntária de Lençóis desempenha para combater os incêndios da região.
A brigada é composta por guias turísticos que, em situações de incêndios na Chapada (são mais frequentes do que gostaríamos), abandonam seus trabalhos e suas famílias para passar dias tentando controlar as queimadas.
Se puder, colabore com o trabalho da Brigada fazendo doações. No perfil da BVLençóis no Instagram, eles explicam direitinho como você pode colaborar.
Na Chapada dos Veadeiros, um projeto de exploração inclui pulverização de agrotóxicos e implantação de hidrelétricas, que segundo alguns ambientalistas, pode significar até a extinção do bioma. Com grandes incêndios, a área está em constante ameaça, mas a natureza tem triunfado (graças também ao esforço heróico da Rede contra Fogo).
Em junho de 2020, uma área de quase 1.000 hectares dentro de um território kalunga foi devastada. Os responsáveis foram multados, mas infelizmente o estrago já tinha sido feito.
Você, como turista, pode colaborar na sustentabilidade do parque. Nas Chapadas, você tem a oportunidade de conhecer restaurantes que priorizem ingredientes e gastronomia regional. Também incentive pequenos produtores locais, em diversas atividades como artesanato e produtos orgânicos.
Ao fazer as trilhas, procure sempre permanecer nos caminhos demarcados, para evitar degradar áreas intocadas. Leve sacos plásticos para guardar o lixo e também uma garrafa de água, trazendo tudo com você até o final da trilha.
Dicas de Viagem – Chapada dos Veadeiros
- Como chegar: os viajantes de outros Estados podem viajar para Brasília e de lá pegar ônibus ou ir de carro (mais recomendado) até a Chapada dos Veadeiros, no Estado de Goiás.
- Quando ir: as trilhas e cachoeiras podem ser aproveitadas melhor na época da seca, que vai dos meses de maio a outubro. No verão (época de chuvas), o nível dos rios e cachoeiras pode subir muito, causando até trombas d’água e inviabilizando o banho em algumas das quedas.
- Onde ficar: Alto Paraíso de Goiás é a principal hospedagem, com mais infraestrutura e melhores preços de hospedagem. Mas muita gente prefere São Jorge, um vilarejo bem mais compacto, alternativo e simpático aos viajantes. Cavalcante também é uma boa opção, próximo da famosa Cachoeira de Santa Bárbara.
- Quantos dias: o tempo ideal é de 7 dias, facilmente preenchidos por diversos passeios. Mas quem não puder ficar tudo isso ou quiser aproveitar um feriado, pode conhecer alguns pontos turísticos em apenas 3 ou 4 dias.
Consulte nosso guia completo:
Chapada dos Veadeiros – Dicas e Roteiro de Viagem
Dicas de Viagem – Chapada Diamantina
- Como chegar: os viajantes de outros Estados podem viajar para Salvador e de lá pegar ônibus ou ir de carro (mais recomendado) até Lençóis. Como o percurso é longo, vale cogitar ir de avião (Lençóis possui um pequeno aeroporto para voos regionais).
- Quando ir: as trilhas e cachoeiras podem ser aproveitadas melhor na época da seca, que vai dos meses de maio a outubro. É nesses meses também que os raios de sol incidem em algumas grutas, aumentando a beleza de suas águas.
- Onde ficar: Lençóis é a principal hospedagem, com mais infraestrutura, vida noturna e melhores preços. Mas também vale cogitar cidades menores e muito charmosas, como Mucugê ou Igatú (Cidade de Pedra).
- Quantos dias: o tempo ideal é de 7 dias, facilmente preenchidos por diversos passeios. Mas quem não puder ficar tudo isso ou quiser aproveitar um feriado, pode conhecer alguns pontos turísticos em apenas 3 ou 4 dias.
Saiba mais:
Chapada Diamantina: Roteiro Completo
+ 7 Destinos de Natureza do Brasil que entrariam fácil nessa lista
- Amazônia (AM): só não entrou mesmo porque a gente ainda não conhece, mas claramente é um dos destinos que é uma falha grave em nosso currículo e pretendemos conhecer em breve.
- Caminho dos Cânions (SC e RS): Aparados da Serra e Serra Geral possuem cânions impressionantes, como Cânion Fortaleza e o Cânion Itaimbezinho, com paisagens cinematográficas.
- Cavernas do Peruaçu (MG): essa e outras cavernas no Estado de Minas Gerais formam um patrimônio natural impressionante.
- Chapada das Mesas (MA) e Chapada dos Guimarães (MT): são outros destinos naturais muito recomendados, mas que ainda não conhecemos.
- Jericoacoara (CE): as dunas, lagoas e formações rochosas do Parque Nacional de Jericoacoara também estão entre os destinos mais concorridos da Região Nordeste do Brasil.
- Pantanal (MS): dono de paisagens únicas no Brasil, o Pantanal também entre as maravilhas naturais do Brasil.
Leia mais:
- New7Wonders – As Novas 7 Maravilhas do Mundo
- 10 Parques Nacionais para Conhecer no Brasil
- Qual a Sua Chapada? no Viaje na Viagem
- Conheça os 8 Melhores Destinos de Natureza do Brasil no Blog Venturas
28 Comentários
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Acho que ainda faltou mais uma pontinha de beleza natural nesses 7 ponto que vocês falaram.
O delta do rio parnaiba é outra maravilha nesse roteiro. É também de encher os olhos.
Ótima ideia, Daniel. Adorei.
Já que a lista ficou pequena, que tal as 7 maravilhas de cada região.
Alter do Chão não poderia estar de fora dessa lista. Abraços
Obrigado pela contribuição Anderson. Abraços.
É uma coisa que não consigo entender. Um país com tanta riqueza natural e potencial turístico não tem uma política de proteção eficaz. Estes incêndios são recorrentes e ano após ano eles acontecem e é lógico e evidente que a maioria é criminoso. Hoje não se respeita nem mais as áreas de proteção ambiental e nossos biomas estão sendo violentamente agredidos. Muito triste.
Olá, Marcelo. Infelizmente todos os órgãos de defesa do meio ambiente foram sucateados pelo atual governo (que também é negacionista em relação a esses crimes), o que complica bastante a situação. É triste e preocupante demais. Abraços.
Concordo com cada um dos sete lugares listados no post. Realmente são destinos fantásticos e que merecem ser visitados pelo menos uma vez na vida!
Um abraço
Que legal Flavio. Muito obrigado. Abraço grande.