Minha primeira vez no Jalapão aconteceu em 2013, quando muita gente ainda não conhecia esse paraíso de cachoeiras, fervedouros, rios de águas cristalinas e dunas. Retornamos em 2021 e algumas coisas mudaram, outras não.
Nesse artigo vamos falar sobre nosso roteiro de viagem no Jalapão, com muitas dicas práticas, mesmo para quem fecha um pacote com agências locais.
Dá pra conhecer por conta própria?
A primeira pergunta que surge naturalmente é se você consegue conhecer o Jalapão por conta própria, sem precisar contratar um pacote (ou expedição, como algumas agências preferem chamar).
Se você não dirige um veículo 4×4, a resposta é não. E se você dirige, a resposta é: pense bem.
Mas vamos responder essas e outras perguntas a seguir, e também contar como foi nosso roteiro completo, com nossas sugestões de lugares imperdíveis para conhecer no Jalapão, no coração do Brasil.
Jalapão, Tocantins: O que Fazer, Dicas de Viagem e Roteiro Completo
10 Perguntas e Respostas mais Frequentes
Você vai conferir a seguir:
1 – Onde Fica o Jalapão
O Jalapão está localizado no leste do Estado do Tocantins, fazendo divisa com os Estados do Maranhão, Piauí e Bahia.
A área total do Jalapão é de 53,3 mil km2. Algumas das cidades abrangidas são Lagoa do Tocantins, Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins.
O PEJ – Parque Estadual do Jalapão foi criado pela Lei Estadual 1.203 de 12 de janeiro de 2001, com o objetivo de preservar os recursos naturais da região. Nesse caso, a área do parque inclui apenas a cidade de Mateiros, fazendo divisa com outras cidades.
O parque é gerido pela Naturatins, que zela pela preservação e ordena a visitação no Parque.
A maior parte das atrações turísticas fica em áreas privadas, como as cachoeiras e fervedouros, mas a região das Dunas do Jalapão é gerida pela Naturatins e o acesso é somente mediante agendamento e com o acompanhamento de um guia.
Você sabia que o nome Jalapão vem de uma planta nativa chamada “Jalapa”? É muito comum encontrar cachaças feitas à base da Jalapa. Uma dose é chamada de Jalapa e duas doses eram chamadas de Jalapão, daí surgiu o nome do lugar. Não vá embora sem experimentar.
Assista também nosso vídeo do Jalapão, com nosso Top 10 dos Lugares Imperdíveis para Conhecer
2 – Qual a Melhor Época?
O Jalapão pode ser visitado em todos os meses do ano. Mas é preciso dizer que as experiências são completamente diferentes.
Nós somos do time que prefere sempre viajar fora da época das chuvas. Sol pra gente é essencial.
Se você também prefere viajar sem chuva, os meses menos chuvosos vão de junho até setembro.
Os meses mais chuvosos são os meses do verão: de janeiro a março.
Se você quer fugir do calor extremo, evite os meses de agosto a novembro.
Jalapão com chuva
A chuva não prejudica somente a beleza das paisagens. Com chuvas, as estradas que já eram ruins, ficam muito problemáticas e requerem ainda mais experiência dos motoristas.
Os tempos de viagem aumentam consideravelmente. Isso pra não mencionar os carros atolados.
A exceção fica para alguns trechos de areia, que com a chuva podem ficar mais fáceis de trafegar com as chuvas.
Outra desvantagem da chuva é que a quantidade de mosquitos aumenta. Na estação seca, lidar com eles é um pouco mais controlável, mas é preciso alertar que eles existem, especialmente as muriçocas.
Na realidade, o verão lá de Tocantins é quando as chuvas param, que acontece a partir de maio. É quando os tocantinenses invadem as praias fluviais, como a Praia da Graciosa ou a Ilha Canela, em Palmas.
3 – Como Chegar no Jalapão
- O Jalapão fica no estado do Tocantins e a porta de entrada é por sua capital, Palmas.
- De Palmas, são mais de 300 km para chegar em Mateiros, uma das cidades base localizadas na área do Parque Estadual do Jalapão.
- Existem duas opções de roteiros: ou você passa por Ponte Alta do Tocantins (chamada de Portal do Jalapão) ou você passa por São Félix do Tocantins.
- O roteiro é circular, então se você começar por uma dessas cidades, irá terminar na outra.
- Ao todo, você provavelmente vai percorrer cerca de 1.000 km, se fizer o roteiro circular.
O principal ponto de alerta desse roteiro são as estradas do Tocantins. O trecho entre Ponte Alta e Mateiros, por exemplo, é um dos mais complicados, com uma estrada que mistura trechos de terra, pedras e areia (mais de 165 km de estrada não pavimentada).
Mesmo pessoas em veículos 4×4 têm dificuldade nesse trecho entre Ponte Alta e Mateiros, pois é preciso muita experiência para não entrar numa roubada. A Serra da Muriçoca, por exemplo, possui muitas pedras que podem furar o pneu dos veículos.
Ainda por cima, na região não tem sinal de celular, então em caso de problemas, é preciso contar com a ajuda de outros viajantes que estejam passando pelo lugar.
Quase todos os atrativos turísticos só permitem a entrada com o acompanhamento de um guia.
Não há ônibus de linha ou transportes coletivos frequentes que ligam as cidades do Jalapão. Confira nesse link algumas empresas que trabalham com vans e ônibus até Mateiros.
4 – Como escolher uma agência
Para nós, a maior parte dos mortais que não possuem ou não tem experiência para dirigir um 4×4, a saída é contratar uma agência local.
A vantagem das expedições das agências é que elas são ótimas para quem gosta de fazer novas amizades ou quem viaja sozinho e deseja conhecer outras pessoas.
Nós conhecemos no Jalapão um grupo de três mulheres que viajaram sozinhas mas, casualmente, entraram no grupo de uma mesma agência e, ao final da viagem, já tinham virado grandes amigas.
Viajando com a Jalapão Eletrizante
Em 2021, nós recebemos o convite da Jalapão Eletrizante para fazer essa expedição com eles.
Uma curiosidade é que Gabriel, responsável pela agência, conheceu nosso trabalho em uma viagem que ele fez com a família para o Estado de Alagoas. Ele curtiu nosso trabalho e resolveu nos convidar para conhecer o trabalho dele.
Todo o atendimento pré viagem foi muito eficiente. O Gabriel me mandou um roteiro completo em pdf, com todas as informações que a gente queria saber, como o roteiro dia a dia, o que seria necessário em cada dia de viagem e os tipos de acomodações.
Nossa viagem foi feita em uma Hilux SW4, que comporta 7 pessoas (1 vaga do guia + 6 passageiros). As vagas nos fundos da Hilux são um pouco menores que as demais, mas a agência faz um rodízio de assentos para que ninguém se sinta prejudicado durante muito tempo.
Durante a viagem, quem nos acompanhou foi o Ricardo Ayres, um super guia que realizou todos os nossos desejos. Apesar do Gabriel preparar um roteiro redondinho, existem alterações que você pode querer fazer na hora, como mudar a ordem de um passeio ou outro, e é bem legal quando o guia tem essa flexibilidade.
Além disso, o Ricardo é um motorista excelente e super experiente. Mas além de ótimo profissional, é também uma ótima pessoa e a gente volta do Jalapão com mais essa amizade.
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5 – Como funciona o pacote, qual o preço e o que está incluso
- O pacote da Jalapão Eletrizante é praticamente all inclusive: transporte, hospedagem, alimentação (café da manhã, almoço e jantar) e entrada nos pontos turísticos estão incluídas no valor do pacote.
- Não estão inclusas as passagens aéreas, o transfer do aeroporto e a hospedagem em Palmas (se necessário).
- A maioria das pousadas tem jantar incluso.
- Quando a pousada não inclui jantar, o guia nos levava até um restaurante local (e pagava a conta).
- As bebidas também não estão inclusas, mas no carro o consumo de água e lanches (amendoim, biscoitos, salgadinhos e docinhos) é totalmente liberado.
- Às vezes a gente também “roubava” umas garrafinhas de água pra levar pra pousada.
- Algumas atividades opcionais (que indicaremos a seguir) não estão inclusas, mas não são pontos turísticos essenciais do Jalapão. Em geral são atividades de aventura, como rapel, rafting, trekking ou tirolesa.
O pacote da Jalapão Eletrizante custa a partir de R$ 2.850,00 por pessoa para 6 dias de passeios (ref. jun/2021). O legal é que eles só pedem um pequeno sinal adiantado. O restante é pago no dia da sua viagem, mas tudo é formalizado em um contrato.
Aliás, tenha todo cuidado na hora de fechar a sua expedição, caso não seja com a Jalapão Eletrizante.
Há relatos de empresas que cancelam a sua viagem em cima da hora (mesmo paga com antecedência), porque não conseguiram quantidade suficiente de pessoas para fechar um grupo.
A Jalapão Eletrizante não tem quantidade mínima de pessoas. Se for contratar a sua viagem sozinho, e ninguém mais contratar na mesma data, eles vão fazer a viagem só com você. Isso dá uma segurança maior que seu sonho de viagem vai ser realmente realizado.
Viajando com a Korubo Expedições
Em 2013, eu viajei com a Korubo Expedições, uma das empresas pioneiras do Jalapão.
- A Korubo trabalha com pacotes fechados, para cerca de 20 pessoas.
- O roteiro da Korubo é diferente das outras agências, pois você passa todas as noites no mesmo lugar: no Safari Camp da Korubo.
- Isso aumenta um pouco as distâncias diárias para chegar nos principais pontos turísticos ou até exclui boa parte deles do roteiro.
Por outro lado, o Safari Camp é uma experiência única. A proposta é manter o contato com a natureza, mas sem que o conforto dos viajantes seja prejudicado.
Os acampamentos foram organizados no mesmo modelo dos Safari Camps africanos.
- São cerca de 12 tendas, duas delas em tamanho maior, que permitem acomodar uma família inteira. Ao contrário do que se imagina, dormir no acampamento era bem confortável.
- Dentro da tenda existem camas, banheiros com pias, vaso sanitário e divisórias para guardar as malas.
- Para tomar banho, é preciso sair da tenda e dirigir-se a um vestiário, que conta com 4 chuveiros em cabines .
- O acampamento fica às margens do Rio Novo, o principal rio da região do Jalapão.
- O calor do Jalapão é intenso, portanto a maior parte do tempo em que ficamos no Safari Camp, esse rio foi uma espécie de oásis para todos.
O pacote da Korubo de 6 dias e 5 noites custa R$ 2.980,00 por pessoa (ref. jun/2021), com 2 pernoites em Palmas e 3 pernoites no Safari Camp. O pacote da Korubo visita apenas 2 fervedouros, um deles é exclusivo da Korubo.
6 – Será que o Jalapão é pra mim? Dá para viajar com crianças?
A viagem para o Jalapão não requer muito esforço físico. São poucas trilhas para fazer, e as trilhas existentes são curtas e de fácil acesso.
O difícil mesmo no Jalapão são os trajetos de carro.
Existem trechos de mais de 3 horas dentro de um carro, isso com muito balanço por causa das estradas bem acidentadas.
Então se você está se perguntando se dá para levar crianças pequenas ou adolescentes nesse tipo de viagem, você mesmo precisa se perguntar se seus filhos têm paciência para ficar tanto tempo dentro do carro.
Também não é preciso saber nadar. Os fervedouros, que iremos explicar melhor a seguir, são ótimos para quem não sabe nadar. Nas cachoeiras e lagoas, na sua maioria, também dá para ficar tranquilamente, sem tirar os pés do chão.
7 – Onde Ficar no Jalapão
As hospedagens escolhidas pela Jalapão Eletrizante são todas em pousadas com quartos privativos, com banheiro no quarto e ar condicionado. O Wi-Fi funciona bem na maioria das pousadas (na Buritizinho não funcionou).
Algumas delas têm piscinas e outra podem até incluir um fervedouro dentro da pousada. Todas têm café da manhã incluso e a maioria também inclui o jantar.
Como já mencionamos, o roteiro da maioria das agências funciona de forma circular, então você fica praticamente 1 noite em cada cidade / pousada.
As pousadas mencionadas a seguir são onde ficamos, mas ao fechar o roteiro com a Jalapão Eletrizante, você pode ficar nessas pousadas ou em outras similares.
Tudo depende da disponibilidade de vagas, então o quanto antes você reservar sua viagem, melhor.
Palmas
Os hotéis de Palmas não estão inclusos no roteiro da Jalapão Eletrizante, mas dependendo dos seus horários de chegada e partida no Tocantins, você vai precisar ficar hospedado em Palmas.
Verifique também se a sua agência irá te buscar em qualquer hotel de Palmas, ou somente em hotéis indicados.
De qualquer forma, é sempre importante considerar um intervalo de pelo menos 4 horas entre o horário dos voos e os horários programados no seu roteiro de viagem.
Ou seja, se seu roteiro no Jalapão começa às 8h da manhã, você precisa de um voo que chegue em Palmas até às 4h da manhã. Se seu roteiro termina às 18h do sábado, só considere voos a partir das 22h. Isso para evitar imprevistos por causa de possíveis atrasos.
No dia da nossa chegada, nós ficamos num hotel econômico mais próximo do aeroporto, o Hotel Astória (a partir de R$ 150,00 a diária). Mas o hotel fica num local isolado, então vale apenas para um pernoite mesmo.
No restante do tempo, ficamos no Ibis Styles Palmas, que mais central. De qualquer forma, caminhar pelas ruas de Palmas não é muito convidativo (a cidade lembra um pouco Brasília, por suas quadras longas), então aposte na locomoção através de táxi ou Uber.
Taquaruçu
Nossa primeira pousada foi a Pousada Recanto Oriental, que fica em Taquaruçu.
A cidade não fica na área do Jalapão, mas é passagem obrigatória (seja na ida ou na volta) e se destaca por suas belas cachoeiras e por uma tirolesa de 1.300 metros de extensão.
A pousada tem piscina e possui um paisagismo bem caprichado, com diversos tipos de plantas. Os quartos não são muito charmosos, mas são bem funcionais. A Recanto Oriental é uma das pousadas que oferece jantar.
Ponte Alta
A estrada até Ponte Alta ainda é asfaltada e a cidade oferece uma boa estrutura de hospedagens e restaurantes.
Nós ficamos na Pousada Coelho, que achamos curiosa por ser um verdadeiro labirinto com muitos quartos. Todas as acomodações também são bem funcionais, com espaços para apoiar as malas e tomadas perto da cama.
A piscina é bem gostosa, inclusive com hidromassagem e fica na mesma área do restaurante, onde eles servem um jantar e um café da manhã super variado e delicioso.
Mateiros
Mateiros me surpreendeu pois quando estive em 2013, a cidade não tinha muita estrutura, mas agora tem muitas pousadas, restaurantes e até vida noturna (um boteco chamado Casa de Sapé).
A Pousada Dunas do Jalapão é super aconchegante, numa casa com um lindo jardim e fomos recebidos pela proprietária Vanessa, que é super querida. Os quartos também são muito limpos e confortáveis.
O café da manhã é delicioso, com muitas opções de pães, bolos e frutas.
Pousada com Fervedouro
Ainda em Mateiros, nós passamos a outra noite na Pousada e Fervedouro Buritizinho.
Nós não gostamos particularmente da estrutura da pousada, que ainda precisa de muitas melhorias e também vimos pontos de atenção em relação à limpeza e apresentação.
Mas o diferencial é que você fica numa pousada com um fervedouro dentro da sua estrutura, o que garante que você possa ir várias vezes no fervedouro e fique quanto tempo quiser. Além disso, a pousada também tem um trecho do Rio Formiga, com águas muito cristalinas.
Então, caso você esteja disposto a perdoar algumas falhas de estrutura e organização, a Buritizinho é uma boa opção.
São Félix
Apesar de ficar numa área somente acessível por estrada de terra, São Félix tem uma estrutura melhor do que Mateiros. As pousadas refletem um pouco isso também.
Nós ficamos na Pousada São Félix, que possui uma estrutura enorme, com quartos super amplos e com vagas na porta do quarto para estacionar. As suítes não têm decoração alguma, então como em todas as outras pousadas do Jalapão, o que vale é a funcionalidade.
A pousada tem uma piscina extensa, com hidromassagem, e um amplo restaurante e também oferece jantar aos hóspedes. O café da manhã foi um dos melhores do Jalapão, com muitas opções de pratos salgados e doces.
8 – Qual o roteiro da viagem? Dá para fazer em quantos dias?
Nosso roteiro começa em Palmas, mas essa é uma hospedagem que não está inclusa no pacote das agências.
Nós chegamos de madrugada em Palmas, a partir de um voo de São Paulo, e o pessoal da Jalapão Eletrizante passou para nos buscar às 7h30.
- Dia 1 – Palmas > Taquaraçu: Tirolesa Voo do Pontal (tirolesa opcional – R$ 120,00), Cachoeira da Roncadeira (rapel opcional – R$ 120,00), Almoço e Cachoeira da Arara
- Dia 2 – Taquaruçu > Ponte Alta: Pedra Furada, Almoço e Lagoa do Japonês
- Dia 3 – Ponte Alta > Mateiros: Cânion Sussuapara, Almoço na Comunidade Quilombola Rio Novo, Prainha do Rio Novo, Recanto das Dunas e Dunas do Jalapão
- Dia 4: Mateiros: Fervedouro dos Buritis, Almoço no Fervedouro do Rio Sono, Comunidade Quilombola Mumbuca e Cachoeira da Formiga
- Dia 5: Mateiros > São Félix: Rio Formiga, Fervedouro Buritizinho, Fervedouro das Macaúbas, Almoço no Fervedouro Por Enquanto e Fervedouro Bela Vista
- Dia 6: São Félix > Palmas: Rafting (atividade opcional R$ 200,00), Almoço + Cachoeira das Araras e Serra da Catedral.
Esse foi o nosso roteiro de 6 dias e 5 noites, mas se você tiver menos ou mais tempo, pode combinar outros roteiros com a Jalapão Eletrizante.
Se você tiver apenas 4 dias (3 noites) disponíveis, por exemplo, eu sugiro eliminar o dia em Taquaruçu e juntar o dia 4 e 5 num dia só, eliminando alguns fervedouros do seu roteiro.
Na nossa opinião, 4 dias é o tempo mínimo para uma viagem ao Jalapão.
Como o tempo de viagem para chegar no centro do Jalapão é bem demorado, pensar numa viagem de 2 ou 3 dias seria bem cansativo.
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Tem cobras? Insetos? Outros animais?
Você está indo para lugares com muito contato com a natureza, então a presença de insetos é comum. Na maior parte das vezes são as muriçocas, que são uma espécie de pernilongo com uma picada bem dolorida.
Em relação a cobras, é mais raro encontrá-las (nós não vimos nenhuma), mas se você permanecer nas trilhas demarcadas e sempre com o acompanhamento do guia, é bem seguro.
Quando fiquei no Safari Camp do Korubo, a presença de animais era mais ameaçadora e é comum encontrar cobras. Era importante sempre manter a barraca bem fechadinha.
Vale a pena ficar de olho em outros animais típicos da região. Durante nossa viagem, nós vimos várias araras, tucanos, papagaios, siriemas e uma outra grande variedade de pássaros.
Nas piscinas naturais (fervedouros) existem peixinhos pequenos, mas eles são muito tranquilos e não interagem. Na Lagoa do Japonês eles ficavam beliscando a gente, como se fossem pequenos choques.
9 – Quais os melhores passeios?
O Jalapão é uma região com um valioso patrimônio natural, devido a sua biodiversidade e a presença de espécies raras.
Além disso, as belezas cênicas e paisagísticas acontecem devido aos vários rios existentes na região, formando lagoas, cachoeiras, corredeiras e as ressurgências hídricas (os fervedouros).
A Lagoa do Japonês, o Rio Novo e a Cachoeira do Formiga são alguns lugares imperdíveis para conhecer na região.
A Cachoeira do Formiga entrou na nossa lista das cachoeiras mais bonitas do Brasil.
Fervedouros
Você sabe o que são os fervedouros?
Os fervedouros são nascentes de água que surgem com muita pressão. A pressão da água é tanta que deixa a areia suspensa. Esse fenômeno é chamado de ressurgência.
Quando a gente entra nessas piscinas naturais, a impressão é que os fervedouros são rasos porque a areia está suspensa, mas na verdade o fervedouro pode ter vários metros de profundidade. Dizem que alguns possuem mais de 100 metros.
Outra característica é que eles formam deliciosas piscinas naturais, cercadas de uma bela vegetação, como se fossem um oásis no meio do cerrado.
Finalmente, ainda por conta da pressão da água, quem entra na água não consegue afundar. Os fervedouros possuem diferentes pressões e profundidades, mas todos deixam a gente flutuando.
Eles são a principal atração do Jalapão, justamente por serem um fenômeno único, que não se encontra em outros lugares do Brasil.
Dunas e Serras
Os tabuleiros e as dunas formadas a partir deles também são destaques do Jalapão.
Uma das paisagens mais famosas é a Serra do Espírito Santo e o Morro do Saca Trapo, vistas a partir de uma estrada de terra que cruza a região. Também é possível fazer uma trilha até o topo da Serra (atividade opcional do nosso roteiro, que é feita na hora do nascer do sol).
Quem avança por essa paisagem tem como ponto final as Dunas do Jalapão, um famoso ponto para ver o pôr do sol.
Vale a pena também conhecer a Pedra Furada, que já virou locação de novelas e videoclipes. O atrativo fica localizado em Ponte Alta.
Confira:
O que fazer no Jalapão: Top 10 Lugares Imperdíveis
10 – Qual a temperatura da água?
O Estado do Tocantins é muito quente e as águas são muito refrescantes.
Algumas cachoeiras tem a água um pouco mais fria, como as quedas de Taquaraçu. Mas não chega a ser uma água gelada.
Agora a temperatura nos fervedouros é muito agradável. Apesar do nome “fervedouro”, as águas não são termais, como em Caldas Novas, por exemplo.
Mas a água tem uma temperatura perfeita e dá até para entrar nos fervedouros à noite (só dá aquele friozinho na hora que você sai da água, leve uma toalha).
A Cachoeira do Formiga também é perfeita nesse quesito: a água não é quentinha mas é super agradável.
Enfim, para quem está disposto a enfrentar as longas distâncias, o Jalapão oferece recompensas incríveis. Vale super a pena conhecer.
No próximo artigo, vamos falar sobre os 10 lugares imperdíveis para conhecer no Jalapão.
Nota: Em 2021, o Viagens Cinematográficas viajou a convite da agência Jalapão Eletrizante.
Em 2013, o Viagens Cinematográficas viajou a convite da Korubo Expedições, dentro do projeto Adventure Bloggers.
Leia também:
Top 10 Melhores Lugares para Viajar no Brasil
6 Comentários
Indo agora dia 03 de setembro com a Jalapão Eletrizante. Ansiosa pra conhecer esse paraiso. Seguindo as dicas de vocês vou com a Jalapão Eletrizante.
Seu artigo é o melhor do tema que encontrei!
Fala sobre hotel, o local e tudoo que eu precisava saber.
O Jalapão é um de meus sonhos de viagem, fico encantado quando leio sobre.
Obrigado!
Vale a pena ir com a korubo?
Oi Fabio muito bom seu post!! estive lá no mesmo período que vocês e nos encontramos em alguns atrativos, mas tenho uma correção pra fazer no post, como a estrada é areia quanto mais o tempo está seco pior ela fica para pilotar o 4×4, porém quando chove a estrada de areia fica compactada, com a compactação melhora para quem dirige, porém a paisagem não é boa.
Que legal Janaína, muito obrigado pela visita e pelo comentário. Tem razão, vamos deixar melhor explicado, mas como nem todas as estradas são de areia, existe também esse problema das estradas que ficam muito escorregadias e enlameadas com as chuvas e até mesmo alguns motoristas mais experientes com veículos 4×4 podem encontrar dificuldades, especialmente nos casos de atolamento. Pelo menos durante a nossa viagem, encontramos pouquíssimos carros com problemas. Agora na época das chuvas, o negócio é brabo hehehe. Abraço grande.
Que lugar incrivel