A Chapada Diamantina é um Parque Nacional criado em 1985. A região concentra passeios incríveis, como cachoeiras, grutas e morros. Mas as cidades também são cheias de charme, com casas coloniais e ruas de pedras, como a cidade de Lençóis.
Ou seja, numa mesma viagem você consegue conciliar um ótimo destino de ecoturismo com muita história e gastronomia.
O parque tem uma área de aproximadamente 152 mil hectares, do qual fazem parte os municípios de Andaraí, Ibicoara, Itaeté, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. Cada cidade permite conhecer uma Chapada Diamantina diferente.
A seguir vamos conferir como foi o nosso roteiro de viagem na Chapada e algumas dicas essenciais para sua viagem.
Fique ligado nessa dica
Você sabia que somente em alguns meses do ano alguns dos principais pontos turísticos da Chapada ficam iluminados pelos raios solares e ganham tonalidades incríveis.
A seguir, vamos contar essa dica e algumas outras para aproveitar o melhor do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
E quais parques nacionais você já conhece no Brasil?
Chapada Diamantina, Bahia: Dicas e Roteiro de Viagem
Como Ir, Onde Ficar e O que fazer na Chapada Diamantina: Melhores Passeios
O Parque Nacional da Chapada Diamantina foi criado em 1985. O objetivo principal foi a conservação da natureza da Serra do Sincorá.
Como outros parques nacionais, ele é administrado pelo ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Ao contrário de outros parques nacionais, não existe controle de visitação ou cobrança de ingresso no parque.
Precisa pagar para entrar nas atrações?
A verdade é que boa parte dos atrativos não está na área do Parque Nacional e sim em propriedades particulares. Nesses casos, a entrada é paga.
Nosso roteiro de 7 dias visitou apenas uma pequena parte de tudo o que a Chapada Diamantina pode oferecer. Uma boa fonte para informações adicionais é o Guia Chapada Diamantina.
Se você vai viajar para a Chapada ou já viajou e quer saber mais sobre a região, vale a pena comprar o guia impresso da Chapada. É um guia super completo e ilustrado, vale muito a pena. O frete é grátis.
Confira a seguir:
Quando ir – tem melhor época?
Dizem que não há uma época ruim para ir para a Chapada Diamantina, mas nós sempre procuramos viajar no período com menos chuvas.
A região é menos chuvosa nos meses de maio a setembro. Outra vantagem desses meses é que alguns atrativos ficam mais bonitos nesse período.
É o caso do Poço Azul e do Poço Encantado, por exemplo. Nesses meses, um raio de sol incide sobre as águas dos poços, deixando as águas com uma tonalidade impressionante.
Para evitar as chuvas, fuja dos meses de novembro e dezembro.
Em termos de temperatura, a variação é muito pequena e as cachoeiras têm água gelada, independente da época do ano.
Como Ir
A partir de São Paulo, nós pegamos um voo para o Aeroporto Internacional de Salvador – SSA e de lá viajamos de carro até a cidade de Lençóis.
A viagem de carro de Salvador para Lençóis dura cerca de 6 horas.
Uma opção que já adotamos foi viajar de ônibus à noite, assim não perdemos um dia de viagem. Os ônibus saem às 22h e custam em média R$ 100,00 (ref. ago/2021).
De avião
Como o trajeto é muito extenso, vale a pena consultar as opções aéreas até o Aeroporto Horácio de Matos – Lençóis (LEC). Existem voos a partir de São Paulo e de Salvador, pela Azul Linhas Aéreas.
O Aeroporto de Lençóis fica a cerca de 20 km de distância do centro histórico. Então ao chegar é preciso pegar um transfer ou um táxi até sua hospedagem.
Infelizmente, na data da nossa viagem o aeroporto de Lençóis estava fechado por causa da pandemia.
Mas no retorno da Chapada para Salvador, nós curtimos muito uma experiência incrível. Voamos de táxi aéreo com a Voe Abaeté (a duração do voo foi de 1h30). Nosso voo partiu do Aeroporto de Mucugê e seguimos até o Aeroporto Internacional de Salvador. O voo custa R$ 790,00 por trecho (ref. ago/2021).
Roteiro Personalizado
Pessoalmente, eu sou muito chato e exigente na hora de planejar uma viagem, então é uma tarefa que eu tenho dificuldade para delegar a outra pessoa ou para uma agência.
Nessa viagem para a Chapada Diamantina, nós contamos com a organização de uma agência de viagem, a MHTour Brasil.
O Marcelo Micheletto tem uma experiência de 16 anos no setor, o que nos deixou mais tranquilos.
Outro fator que nos animou para esse roteiro personalizado é que a MHTour Brasil possui um segmento da agência especialmente direcionado para viajantes LGBTQIA+, a Viaje entre Iguais, também com experiência de 6 anos.
Com isso, nos sentimos mais seguros que não seremos discriminados ou teremos aquela vergonha de tirar uma foto mais romântica no hotel ou durante os passeios, sabe?
A Viaje entre Iguais possui uma seleção de hotéis, agências e serviços que estão preparados para atender com respeito à diversidade, seja porque são empreendimentos administrados por pessoas LGBT+, seja porque possuem orientações e treinamentos para receber bem os viajantes do segmento.
Vale a pena alugar um carro?
Apesar de ser possível fazer os passeios nos veículos das agências locais, você também pode ir com um carro alugado e, na Chapada Diamantina, contratar apenas o serviço do guia, sem o transporte.
A opção de não utilizar o transporte das agências acaba deixando os passeios mais baratos. Você paga somente o valor do guia.
Alguns guias também dirigem o seu veículo durante os passeios. Isso pode ser especialmente útil nos casos de estradas muito acidentadas (o trajeto até a Cachoeira do Buracão foi o mais tenso da nossa viagem) ou simplesmente caso você queira relaxar e não dirigir.
Vale a pena alugar um carro alto para percorrer tranquilamente os caminhos na Chapada.
Confira nosso vídeo com o roteiro completo no YouTube.
Onde é Melhor Ficar?
A Chapada Diamantina possui diferentes cidades base.
Lençóis, BA
Lençóis é a cidade mais famosa e com melhor infraestrutura turística.
Quando falamos de infraestrutura, estamos falando de mais opções de pousadas e hotéis (quanto maior a oferta, melhores os preços), restaurantes e agências de passeios.
Em Lençóis, nós ficamos em duas hospedagens. A primeira foi o Terra de Diamantes, um hotel de grande porte, com muitos quartos e uma área de lazer muito agradável.
Nós adoramos também a decoração temática, que inclui até o nome dos quartos baseado em pedras encontradas na região.
O Terra de Diamantes Hotel fica um pouco distante do centro (cerca de 600 metros ou 10 minutos de caminhada). Dá para ir a pé mas é preciso encarar uma subidinha na volta.
Outra opção que também ficamos é a Casa Antônia Pousada Boutique, que tem um conceito um pouco diferente. A casa dos anfitriões possui alguns anexos, onde ficam as acomodações dos hóspedes. Mas é tudo muito amplo e com privacidade.
Nós ficamos impressionados com a decoração ao mesmo tempo minimalista e sofisticada. O atendimento da equipe da Casa Antônia é primoroso (em especial da super querida Rose) e a área da piscina tem uma linda pintura que torna o espaço ainda mais interessante.
A pousada fica ao lado da entrada da trilha para o Ribeirão do Meio, a cerca de 15 minutos a pé ou 5 minutos de carro do centro de Lençóis.
Igatu
Nós também ficamos hospedados em Igatu, que nos revelou uma Chapada muito peculiar. Esse distrito que faz parte do município de Andaraí, é conhecido como Machu Picchu Baiana. Caminhando é possível encontrar algumas ruínas, casas e ruas feitas e cercadas de pedras. É encantador.
Mas Igatu é um distrito pequeno, com poucas opções de hospedagem e restaurantes, que fecham cedo.
Nós ficamos hospedados na Pousada Pedras de Igatu, que tem uma ótima estrutura, com quartos amplos, com cozinha e piscina com pedras. Há também um restaurante no local, mas as opções de pratos são bem limitadas.
Outra alternativa bem charmosa é Mucugê, uma cidade com casas coloridas no estilo colonial.
Finalmente, o Caeté-Açú também é uma opção interessante, especialmente para quem quer explorar as trilhas do Vale do Pati. A hospedagem acontece nas casas dos nativos.
Roteiro Dia a Dia
Caso você não opte pelo roteiro personalizado com a Viaje entre Iguais, segue nossa sugestão de roteiro na Chapada Diamantina.
Na Chapada Diamantina, todos os nossos passeios foram organizados pela agência Discover Chapada.
- Dia 1: Chegada em Salvador (pernoite em Salvador no Ibis Salvador Rio Vermelho)
- Dia 2: Transfer para Lençóis e City Tour no Centro Histórico (pernoite em Lençóis)
- Dia 3: Ribeirão do Meio + Caldeirões do Rio Serrano e o Salão das Areais Coloridas (pernoite em Lençóis)
- Dia 4: Grutas (Lapa Doce e Pratinha) e Morro do Pai Inácio (pernoite em Lençóis)
- Dia 5: Poço Azul, Poço Encantado e SUP em Nova Redenção (pernoite em Mucugê ou Igatu)
- Dia 6: Cachoeira do Buracão (pernoite em Igatu) – dica: saia bem cedo de Lençóis, por volta das 6h da manhã
- Dia 7: Ruínas de Igatu, Galeria Arte e Memória e Retorno para Salvador (pernoite no Mercure Salvador Rio Vermelho)
Confira nesse mapa todas as atrações desse roteiro.
Normalmente, o valor dos ingressos não está incluso nos passeios.
Então consulte direitinho antes de fechar seu passeio, mas praticamente todos os lugares cobram a entrada (exceto os atrativos do dia 3 do nosso roteiro).
Os pacotes da Discover Chapada custam a partir de R$ 479,00 (2 dias).
Dá para fazer os passeios por conta própria?
Até dá para visitar alguns lugares por conta própria, mas nós recomendamos prestigiar o trabalho dos guias locais.
A experiência é totalmente diferente quando você está acompanhado de um guia. E você também colabora para um turismo sustentável e para as pessoas que vivem da renda do turismo.
Contrate somente guias credenciados. Você pode consultá-los através da agência Discover Chapada, que foi nossa parceira nessa viagem, ou através da Brigada Voluntária de Lençóis e da ACVL – Associação dos Guias de Lençóis.
Brigada Voluntária de Lençóis
Aliás, vale comentar sobre o trabalho importante que a BV Lençóis – Brigada Voluntária de Lençóis desempenha para combater os incêndios da região.
A brigada é composta por guias turísticos que, em situações de incêndios na Chapada (são mais frequentes do que gostaríamos), abandonam seus trabalhos e suas famílias para passar dias tentando controlar as queimadas.
Você sabia disso?
O trabalho de combate aos incêndios requer equipamentos especiais e nos meses de outubro e novembro, a Chapada enfrenta o período mais crítico para queimadas.
Se puder, colabore com o trabalho da Brigada fazendo doações. No perfil da BVLençóis no Instagram, eles explicam direitinho como você pode colaborar.
O que fazer na Chapada Diamantina
1 – Salvador
Se puder, reserve pelo menos 4 dias para explorar Salvador. Mas no nosso roteiro só tivemos 1 dia mesmo.
Ficamos hospedados no bairro do Rio Vermelho, no Ibis Salvador Rio Vermelho, que tem a vantagem de uma boa oferta de restaurantes, concentrados na Vila Caramaru (um antigo mercado de peixe revitalizado) e no Largo da Mariquita.
Os acarajés são famosos no Rio Vermelho. Escolha o seu tabuleiro preferido: o de Cira, de Dinha ou o de Regina.
As praias do Rio Vermelho não são muito bonitas, então aposte nas praias da Barra, como a Praia do Farol da Barra e a Praia do Porto da Barra, ambas muito bonitas.
Barra
E vale a pena conferir o visual de dois lugares na região. O Farol da Barra possui um mirante no alto de seu farol, de mais de 22 metros de altura. Dentro do Farol também é possível visitar o Museu Náutico da Bahia. A entrada custa R$ 15,00 (ref. set/2021).
Outro lugar é o Morro do Cristo, que tem um gramado cercado de coqueiros e um visual incrível para a Praia do Farol da Barra.
Voltando ao Rio Vermelho, não deixe de visitar a Casa do Rio Vermelho, onde viveram Jorge Amado e Zélia Gattai. O ingresso custa R$ 20,00 e as visitas ocorrem de terça a domingo, das 10h às 17h (último ingresso).
No Rio Vermelho também tem uma escultura de Jorge Amado e Zélia Gattai, no Largo de Santana. Na área também existem algumas opções de bares, restaurantes e sorveteria.
Centro Histórico
Outros lugares imperdíveis para conhecer em Salvador são o Pelourinho e o Mercado Modelo. De um lugar ao outro, você irá utilizar o Elevador Lacerda, outro símbolo da cidade. No Mercado Modelo existem alguns restaurantes e bares no piso superior, com vista para o mar.
Na entrada para o Elevador Lacerda fica um dos melhores visuais de Salvador. Não deixe de tirar a sua foto por lá. Ali também está a tradicional Sorveteria A Cubana.
No Pelourinho, não deixe de entrar na Igreja de São Francisco, uma das igrejas mais bonitas e ricas em ouro do Brasil.
Se estiver chovendo, dê um pulinho (de táxi ou de Uber) no MAM – Museu de Arte da Bahia, que tem um charmoso Parque de Esculturas de frente para uma prainha.
2 – Lençóis
São 6 horas de carro de Salvador até Lençóis, por isso, se puder vá de avião mesmo.
Chegamos bem tarde em Lençóis, e só deu tempo de fazer um city tour bem rápido pelas ruas da cidade, com o guia Clayton, da Associação de Guias de Lençóis.
A cidade é tombada pelo Iphan – Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, então história é o que não falta.
As casas são da segunda metade do século XIX, e são decorrentes da atividade de mineração de diamantes na região.
A vila foi elevada à categoria de cidade em 1864 e cresceu como um importante entreposto comercial de diamantes. Depois de 1865, a descoberta de minas de diamantes na África do Sul acabou diminuindo a importância dessa atividade na região.
No city tour, visitamos alguns lugares importantes do centro histórico, como a Igreja do Senhor dos Passos, o Mercado Público Municipal, a Rua das Pedras, o Teatro de Arena e a Igreja do Rosário.
Ainda em Lençóis, nós não tivemos tempo, mas também são recomendados os passeios para a Cachoeira do Mosquito, Poço do Diabo e Marimbus.
Eu também já fiz a trilha da Cachoeira do Sossego em uma outra viagem e é um passeio incrível, apesar de eu ter sofrido bastante durante a trilha.
Onde Comer
Para almoçar, o Aquarela Culinária Gourmet é uma boa opção. O restaurante trabalha com comida por quilo, self service à vontade (R$ 30,00) e pratos à la carte. Ou seja, tem opção para todos os gostos.
Para jantar, nós adoramos o Restaurante Cascalho, que fica na praça principal de Lençóis, em frente ao Banco do Brasil.
A localização é perfeita e a comida é muito saborosa, com focos nos pratos gratinados como o Filé Surpresa e o Camarão Tomatito (R$ 76,00). Os pratos servem bem duas pessoas.
Outra opção que adoramos foi o Restaurante A Doce Vida, que fica na movimentada Rua Miguel Calmon, com muitas mesas na calçada e música ao vivo.
O restaurante possui pratos saborosos como o nhoque de banana da terra com carne seca (R$ 45,00 individual ou R$ 87,00 para duas pessoas). Não deixe de provar o sorvete de canela da casa.
3 – Ribeirão do Meio e Parque da Muritiba
Esse é um passeio que dispensa o carro. Em cerca de 20 minutos de caminhada a partir do centro de Lençóis nós chegamos no início da trilha.
A Casa Antônia Pousada Boutique onde ficamos fica bem ao lado do início da trilha.
Na trilha, percorremos o Rio Ribeirão até encontrar um grande poço e um delicioso tobogã natural.
Para quem não sabe nadar, pode ser um pouquinho mais complicado chegar no escorrega, pois é preciso nadar por um trecho de águas escuras e que não dá pé. Por isso, se possível peça para o seu guia levar um colete salva-vidas.
Mas o trecho em que é preciso nadar é bem curtinho, mas é importante estar acompanhado do guia para ele orientar você direitinho. Nosso guia Cleyton também nos acompanhou até o ponto exato para fazer a descida. É preciso cuidado redobrado para não escorregar nos lugares errados e se machucar.
Chegando no lugar certo, é só descer e aproveitar. A descida acontece numa área rasa do poço, então até para quem não sabe nadar, é super tranquilo.
Caldeirões do Rio Serrano
Outra trilha incrível e bem pertinho do centro de Lençóis é a trilha até os Caldeirões do Rio Serrano. A entrada é bem próxima do Terra de Diamantes Hotel, onde ficamos hospedados.
O primeiro lugar dessa trilha já é incrível. O Rio Serrano forma uma paisagem linda, com um mosaico de pedras no chão.
Existem diversos “caldeirões” onde é possível entrar e tomar um banho relaxante, mas sempre é preciso cuidado redobrado para não escorregar.
A água é escura mesmo (porque vai absorvendo a coloração de folhas no pecurso do rio), mas é uma delícia.
Salões de Areias Coloridas
Na sequência, avançamos para os Salões de Areias Coloridas. Pedras gigantes foram diversos “salões” entre elas, ou seja, grandes orifícios onde é possível caminhar.
Cuidado pois algumas pedras estão praticamente penduradas, e você pode caminhar por áreas perigosas, onde uma dessas pedras pode deslizar sobre você. Vá com um guia para saber onde você pode caminhar em segurança.
É das pedras que podem ser vistas as areias coloridas. Em determinado ponto dos salões, você encontra um mostruário com as diversas cores que são encontradas nas areias do local.
Poço Halley, Cachoeirinha e Cachoeira da Primavera
Ainda nesse parque, é possível encontrar mais 3 cachoeiras super fáceis de chegar e bem gostosas.
As cachoeiras tem poços rasos onde é possível caminhar e quedas de fácil acesso. Como sempre, fica o alerta para evitar os escorregões.
Passeio ideal para quem curtir algo mais próximo e relaxante. Tanto o Ribeirão do Meio como o Parque Muritiba, podem ser feitos em meio período.
4 – Grutas e Morro do Pai Inácio
Nesse dia, partimos para a cidade vizinha de Iraquara, que é muito conhecida pelas suas grutas. São 97 grutas registradas no Cadastro Nacional de Cavernas (CNC).
Obviamente, num roteiro de 7 dias não dá para conhecer muita coisa, então fomos nas mais famosas.
Gruta da Lapa Doce
A primeira do nosso roteiro é a Gruta da Lapa Doce. Essa é uma gruta que surpreende pela grandiosidade. Os salões podem chegar até 72 metros de altura. E também é uma gruta muito extensa, já são 20 km mapeados.
Para entrar na gruta, ainda precisamos fazer uma pequena trilha e uma descida por algumas escadarias. O passeio é todo acompanhado por um guia, que vai trazendo muitas explicações pelo caminho, seja da vegetação local, seja das próprias formações da gruta.
O percurso é bem tranquilo, mas é importante ir com sapatos fechados (chinelos ou sandálias não são permitidos) e caminhar sempre próximo ao guia, para não escorregar. A gruta não tem iluminação, então todo o percurso é feito sob a luz de lanternas do guia e dos visitantes (as lanternas são entregues no início da trilha).
Durante o trajeto, nosso guia vai iluminando os espeleotemas (as formações rochosas formadas dentro da caverna) e nos convidando a ver os diversos e curiosos formatos nas rochas.
A entrada custa R$ 30,00 (a partir de 3 pessoas) e o passeio dura cerca de 2h. Como a Gruta da Lapa Doce já oferece o passeio de um guia, esse é um dos lugares que você pode fazer por conta própria.
Pratinha
Ainda em Iraquara, visitamos mais duas grutas, a Gruta do Pratinha e a Gruta Azul. Cada uma tem suas belezas.
A Fazenda Pratinha é um complexo onde elas estão localizadas, que inclui tantas atividades que seria possível passar o dia todo por lá.
Entre cafeterias e restaurantes, são 5 espaços para refeições, além de atividades como tirolesa (R$ 20,00), caiaque e stand up paddle. Um dos restaurantes mais agradáveis fica às margens de um poço de águas cristalinas.
É possível nadar e mergulhar livremente nas águas cristalinas da Pratinha. A água, porém, não é muito quentinha, embora também não seja gelada.
A Gruta do Pratinha permite uma experiência de flutuação (paga à parte), mas é possível também contemplar a gruta do lado de fora. A diferença é que ao pagar a flutuação, você pode mergulhar na gruta, numa experiência orientada por um guia e com lanternas. Esse passeio dura cerca de 30 minutos e custa R$ 60,00.
Ali perto, também é possível visitar a Gruta Azul, que de acordo com a hora do dia (entre 12h e 15h aproximadamente) recebe raios de luz que deixam a água com tonalidades impressionantes.
A entrada custa R$ 60,00, idoso paga meia entrada e crianças até 9 anos não pagam. Esse também é um lugar que você pode visitar por conta própria.
Morro do Pai Inácio
Esse para mim é o principal cartão postal da Chapada Diamantina.
O Morro do Pai Inácio pertence ao município de Palmeiras, mas o acesso mais fácil fica a partir de Lençóis.
A entrada fica muito próxima da estrada e o local possui amplo estacionamento. Boa parte do caminho você faz no seu carro mesmo, o que adianta uma grande parte da subida dos seus 1.150 metros de altitude.
O restante da subida é feita através de uma trilha de nível leve a moderada, com trechos em que se caminha sobre pedras e outros em escadarias.
O visual lá de cima compensa qualquer sacrifício. Do alto do Pai Inácio é possível visualizar morros icônicos como os Três Irmãos e o Morro do Camelo, além de boa parte da lindíssima Serra do Sincorá.
O melhor horário para subir é no final do dia, para contemplar o pôr do sol. Lá do alto, peça para o seu guia contar a história que deu origem ao nome do morro.
Nós fizemos esse passeio agendado pela Discover Chapada. No final nosso guia Marcos (super querido e excelente) ainda preparou um café para gente, acreditam?
Para quem não sabe, a Chapada Diamantina também é uma importante produtora de café e nós experimentamos o delicioso Café Gourmet Piatã.
5 – Poço Azul e SUP em Nova Redenção
Normalmente, o roteiro de todo mundo é visitar o Poço Azul e o Poço Encantado, duas grutas com águas cristalinas.
Nosso roteiro do dia focou apenas nas atrações da cidade de Nova Redenção. A ideia seria começar pelo Poço Azul, mas por conta de um ônibus que iria chegar pela amanhã e por causa do horário da incidência dos raios solares, acabamos mudando o nosso itinerário.
Poço Azul
O Poço Azul é uma gruta com águas cristalinas e um poço com mais de 20 metros de profundidade. Apesar de existirem outras grutas na Chapada Diamantina, esse é um dos poucos onde é possível fazer a flutuação, por isso é muito concorrido.
O Poço Azul ainda não trabalha com agendamento de horários (mas deveria) e recebe uma grande quantidade de visitantes.
O número máximo de pessoas por visita é de 12 pessoas, que ficam no máximo 30 minutos lá dentro. Agora imagine você chegar no mesmo horário que um ônibus de turismo. O tempo de espera pode ser enorme.
Por isso, foi muito legal o pessoal da agência ter consultado o Poço Azul sobre as visitas do dia, evitando que a gente chegasse no mesmo horário de um grande fluxo de pessoas.
Por outro lado, fique atento ao horário. Os raios de sol só incidem no poço entre 12h30 e 14h (nos meses de fevereiro a outubro). Calcule que você precisa chegar com pelo menos 1h de antecedência para conseguir fazer a flutuação nesse horário.
Infelizmente nós não chegamos em tempo e acabamos perdendo a experiência. Deu só para entrar na gruta e registrar o poço com os raios de sol. Mas tivemos que aguardar mais 1h para chegar a nossa vez de fazer a flutuação e, quando entramos, os raios de sol já não iluminavam o lugar.
A diferença é enorme, portanto vale muito a pena se programar para viver essa experiência no auge da sua beleza.
A entrada do Poço Azul custa R$ 30,00 e o valor inclui colete salva-vidas e equipamento de snorkeling.
Não é preciso acompanhamento de um guia, já que o poço já possui guias locais monitorando a visita.
Trilha Aquática na Pedra da Arara
Esse foi o motivo do nosso atraso, mas a gente realmente ficou encantado com a experiência do SUP na Chapada Diamantina. Aliás, é uma atividade que a gente nunca tinha imaginado fazer por lá.
A nossa atividade começou na cidade de Nova Redenção, onde encontramos o Jailson da agência Terra de Gigantes. É ele que nos leva até o Rio Paraguaçu, um dos rios mais importantes da Bahia, onde fizemos a experiência de Stand Up Paddle.
A atividade é coordenada pelo Daniel da Chapada SUP Trip, que desenvolve esse roteiro pioneiro de Trilhas Aquáticas. A Trilha Aquática nada mais é do que uma trilha que percorre o rio em cima de uma prancha de SUP.
Pedra da Arara
Mas o diferencial é que Daniel montou vários roteiros na Chapada, como a SUP Trip Poço Azul ou a SUP Trip Pedra Encantada, que visita a Pedra da Arara. Essa pedra fica às margens do Rio Paraguaçu e alcança uma altura de até 150 metros.
O lugar é impressionante, mas a experiência de navegação pelo Rio Paraguaçu é muito gratificante. O rio é bem tranquilo. Para quem não sabe nadar como eu, foi um presente. Mas a atividade é toda realizada com o acompanhamento do guia e com colete salva-vidas (o uso é obrigatório).
Um dos trechos mais incríveis foi quando passamos bem pertinho de uma formação rochosa com pequenas cavidades, de onde saíram diversos morcegos voando entre nós. Eles são inofensivos, mas deu uma emoção toda especial para o passeio.
6 – Cachoeira do Buracão
Até essa parte do roteiro, nós tínhamos visitado lugares que já conhecíamos de outras viagens anteriores para a Chapada Diamantina.
A partir daqui, abandonamos a cidade de Lençóis e partimos para o sul da Chapada. Nossa próxima base seria Igatu.
Dia longo de estrada, saímos às 7h da manhã de Lençóis rumo a cidade de Ibicoara.
São mais de 5 horas de estrada. Dá uma olhadinha aqui no mapa do nosso trajeto.
Apesar de termos pernoitado em Lençóis, o ideal para fazer o trajeto até a Cachoeira do Buracão é ter pernoitado em Igatu ou Mucugê. Dessa forma você economiza 2 horas de estrada para chegar até a cachoeira.
Uma longa viagem para chegar no Buracão
No caminho, ainda paramos na charmosa cidade de Mucugê, com um colorido centro histórico e também o curioso Cemitério Bizantino.
Tivemos que fazer ainda uma parada na cidade de Ibicoara para pegar nosso guia local.
Apesar da gente estar fazendo a viagem com a Discover Chapada e acompanhados de guia, a entrada na Cachoeira do Buracão só é permitida com um guia da própria cidade. A própria agência já combinou nosso encontro com o guia.
Do centro de Ibicoara, começa uma estrada de terra que vai piorando aos poucos. Até que chegamos num trecho que era um lamaçal só, e nosso carro atolou, assim como vários outros.
Atolamos, e agora?
O problema é que tinha chovido muito na noite anterior e também na manhã do nosso passeio. A saída foi esperar um trator, que por cortesia rebocou os carros que ficaram atolados. Mas imagina só se o trator não estivesse ali.
Depois do atoleiro, ainda tinha mais estrada pela frente. E você me pergunta, será que tudo isso vale a pena?
Enfim, a cachoeira
Finalmente chegamos no final do trajeto de carro e desembarcamos para uma trilha de cerca de 1 hora. A trilha é relativamente fácil.
Nós chegamos num mirante onde visualizamos o alto da Cachoeira do Buracão. O visual é lindo, mas ficou mais incrível ainda quando subi o drone.
Quase não tive coragem de subir o drone, por causa de uma revoada de andorinhas que circulava pelo local, mas seu Janu (nosso guia local) me encarojou e eu não me arrependi. De qualquer forma, fica o alerta para as aves.
Desse ponto é possível descer da rapel, uma descida de 90 metros. A experiência precisa ser agendada com operadores locais.
Depois, é hora de descer até a base da cachoeira, que tem 85 metros de altura. Na base da cachoeira, ainda tem o trecho final dessa aventura.
Deixamos nossa mochila num cantinho e seguimos nadando, no meio de um cânion, até o poço principal. Os guias seguem caminhando pelas encostas, mas é um caminho bem complicado e escorregadio.
Nós acabamos esquecendo de fazer isso, mas você pode pedir para seu guia ir pelas encostas levando celulares ou máquinas fotográficas. Nem todo mundo possui câmeras aquáticas e às vezes elas também não garantem bons registros.
Nadar no meio dos cânions e chegar no “buracão”, um enorme cânion onde deságua a cachoeira, é uma experiência que eu nunca tinha vivido. Dá para nadar até a base da cachoeira. Impressionante.
Pela beleza do lugar e pela experiência única, eu penso que todo o transtorno para chegar, valeu a pena. A Cachoeira do Buracão é considerada uma das cachoeiras mais bonitas do Brasil.
A entrada para a cachoeira custa R$ 15,00 e inclui o colete salva-vidas, de uso obrigatório para ir nadando até a cachoeira.
Cachoeira da Fumacinha
Ali perto da Cachoeira do Buracão, a Cachoeira da Fumacinha é considerada por muitos a mais bonita da Chapada Diamantina.
Mas a trilha é uma trilha bem puxada de dia inteiro, e não tivemos tempo para fazer. No final desse artigo colocamos um link para os amigos do Viajar é um Prazer que fizeram a trilha.
Para encontrar mais dicas sobre o turismo de Ibicoara, visite o perfil no Instagram da cidade.
7 – Igatu
No mesmo dia da Cachoeira do Buracão, chegamos à noite em Igatu, então não deu tempo de fazer muita coisa.
No dia seguinte, seguimos para as Ruínas de Igatu. O conjunto arquitetônico foi tombado pelo Iphan em 2000 e lembra mesmo a cidade de Machu Picchu, no Peru (em pequena escala).
Por isso Igatu é chamada de Machu Picchu Baiana.
O núcleo de casas original é do século XIX e soma cerca de 200 imóveis. As casas foram construídas com pedras, decorrentes da atividade de mineração de diamantes na região.
No local, parte dessa história pode ser resgatada numa visita a Galeria Arte e Memória (um museu a céu aberto), com utensílios utilizados pelos mineradores mescladas com obras de arte. A entrada custa R$ 5,00 e dentro da galeria tem um charmoso café.
Ao partir de volta para Salvador, ainda percorremos uma história estrada de pedras de Igatu. Uma maravilhosa viagem no tempo para encerrar com chave de ouro nosso roteiro incrível pela Chapada Diamantina.
Nota: Nossa viagem foi um convite da agência MHTour Brasil e da Viaje entre Iguais, com o apoio da agência Discover Chapada. O Viagens Cine também teve o apoio de restaurantes, pousadas e serviços locais.
Leia também:
O que fazer na Bahia – Dicas e Roteiros de Viagem
Saiba mais:
- 13 passeios pelas profundezas da Chapada Diamantina no Guia Chapada Diamantina
- História de Igatu no Portal do IPHAN
- Roteiro de 10 Dias na Chapada Diamantina no Mala de Aventuras
- Cachoeira da Fumacinha no Viajar é um Prazer