Nesse primeiro dia, nosso trajeto estava cheio: Arles, Avignon, Ponte du Gard e Les Baux-des-Provence. Veja só como dividimos nosso tempo na Provence:
– Dia 1: Chegada e Aix-en-Provence
– Dia 2: Arles, Avignon e Les Baux-des-Provence
– Dia 3: Marseille e Calanques de Cassis
– Dia 4: Luberon
– Dia 5: Gorges du Verdon.
Ou seja, nada de tempo livre, pelo contrário, muito o que conhecer na região. Não cometa o mesmo erro que a gente e reserve pelo menos 7 dias para explorar com calma a Provence. Vale a pena.
Provence: Arles e os Cenários de Van Gogh
Viajando de carro pela Provence
Além dos cenários de Van Gogh, a arquitetura romana é o destaque, como a Arena pintada por Van Gogh |
Não, você não está na Itália, muito menos em Roma. Mas circular pelo Anfiteatro de Arles não te deixa muito longe do Coliseu de Roma. O lugar foi um dos assuntos de um quadro de Van Gogh, que viveu na cidade.
Nossa viagem pela Provence já nos revelava essa surpresa. Ao invés de paisagens típicas de campos floridos ou vilarejos sobre as montanhas, eis que encontramos uma cidade repleta de monumentos históricos e romanos. Mas lógico, as paisagens e cores da Provença ainda estavam lá, não foi à toa que a cidade foi inspiração para vários quadros de Van Gogh.
Ainda, nesse primeiro trecho de estrada de Aix-en-Provence até Arles, já foi possível sentir o gostinho que seria viajar pelas estradas da Provence. Pode-se dizer que percorrer essas belas estradas e caminhos é um dos grandes prazeres de viajar pela região.
Viajando pelas estradas da Provence |
Onde Fica a Provence – França
Para quem não sabe ainda do que estamos falando, a Provence fica no sul da França, nesse cantinho pertinho da Itália. De início eu nem sabia que a Côte d’Azur também fazia parte da Provence, mas como vocês podem ver no mapa abaixo, não a mesma região.
Mas aqui no blog, para fins didáticos, a Côte d’Azur será tratada numa série a parte, já que utilizamos outra base para explorar a região.
Viajando de carro pela Provence
Durante muitos anos sonhei em conhecer a Provence, mas sempre prorrogava porque nem nem o Cleber dirigíamos. Finalmente em 2015 conseguimos realizar esse sonho.
Por isso, nem pestanejamos em alugar um carro para explorar melhor a região.
- Usando o GPS: No próprio carro alugado tinha um GPS no painel, que quebrava um galho, mas não era o ideal. Nossa intenção era comprar um GPS e baixar os mapas, mas acabamos utilizando o Waze mesmo.
- Usando o Waze: Para utilizar o Waze durante as viagens, era preciso ter conexão. Compramos um chip de telefone da Orange, que funcionou uma maravilha e permitiu que estivéssemos conectados e com internet durante toda a viagem pela França.
- Waze ou GPS: O Waze facilita muuuuuuuuuuuito as coisas. Por exemplo, saímos do hotel e eu já coloquei o primeiro destino do dia: a Rua do Anfiteatro, em Arles. Pronto, o Waze traçou nossa rota. É possível também verificar rotas alternativas.
O Waze ajudou bastante nossa viagem pelas estradas da Provence |
- Os trajetos: Encontramos algumas dificuldades em cidades menores. O Waze sugiria alguns trajetos meio kamikaze, em ruas super estreitas dentro de cidades medievais. Mas pelo menos na França, não levamos nenhuma multa nem tivemos nenhum problema.
- Pedágios: Em relação aos pedágios, geridos pela Autoroutes, sinceramente não sei o que aconteceu mas nosso cartão de crédito não funcionou nos pedágios (apesar da Autoroutes prever essa forma de pagamento), então melhor ter euros em mãos.
- Como funciona o pedágio: As estradas possuem um sistema ótimo: assim que você entra numa estrada, pega um ticket. Guarde o ticket. Na hora em que você estiver saindo da estrada, coloque o ticket no terminal e ele vai calcular o valor do pedágio. Portanto, durante toda a sua viagem, você só precisa passar pelo pedágio uma vez.
Terminal de auto-atendimento no pedágio da França. Foto: Y’a Pas Le Feu Au Lac |
- Coloque o ticket que você pegou ao entrar na estrada (1). Verifique o valor informado no painel acima. Coloque o dinheiro em Billets (notas) ou Pièces (moedas). Ou opte pelo cartão – Carte (2). Retire o recibo em Reçu (3).
- Pedágios com pessoas ou eletrônicos: Há terminais com pessoas atendendo como no Brasil, então é só entregar o ticket e o valor será informado. Na grande maioria, porém, não há pessoas, e você deve jogar o dinheiro num cesto metálico ou colocar como na máquina acima.
Estrada de Aix-en-Provence até Arles
Chegando em Arles
Chegando em Arles, também rolava a dúvida sobre onde estacionar, mas fomos nos enfiando lá pelas ruas e acabamos encontrando uma ruazinha bem tranquila e estacionamos por lá.
E nem era longe de onde queríamos ir, o Office de Tourisme d’Arles, que fica na Boulevard des Lices, uma larga avenida onde a maior parte dos turistas parece iniciar seus roteiros. Aliás, fica a dica: comece sempre seus passeios pelo Escritório de Turismo local.
Fomos lá pegar um mapa e pegar algumas indicações (uma dica é pegar o mapa com o roteiro a pé pelos cenários dos quadros de Van Gogh).
Arles: O que fazer
Ainda que as principais atrações estejam ligadas à arquitetura romana, parece ser mesmo encantador circular pela cidade que encantou e fez Vincent Van Gogh passar alguns anos de sua vida por lá.
Monumento de homenagem a Van Gogh, no Jardim d’Eté |
Além dos pontos turísticos, a cidade é tão deliciosa que dá vontade de ficar andando pelas ruas. Não é à toa que o lugar encantou Van Gogh.
1 – A arte de Van Gogh em Arles
O pintor chegou em Arles em 1888, inspirado pelos cenários e paisagens da região. Sua intenção era atrair outros artistas, mas o único que se estabeleceu lá com ele foi Paul Gauguin. Após algum tempo de convivência e vários desentendimentos (entre eles o episódio da orelha cortada), Gauguin resolveu abandonar Arles.
Após o episódio da orelha e a partida de Gauguin, a população de Arles começa a temer Van Gogh e ele é internado, vivendo alguns anos no Hospital de Arles.
O Rio Rhône é uma das grandes referências da cidade e foi pintado por Van Gogh no quadro “Noite estrelada sobre o Rio Rhône” (1988, Musée d’Orsay).
Os visitantes podem querer conferir o rio para tentar vislumbrar algo parecido com o cenário do pintor.
Vincent van Gogh, Bridge at Arles (Pont de Langlois), 1888 |
Impossível não lembrar da magnífica sequência do filme “Sonhos”, de Akira Kurosawa (1990), em que o personagem caminha pelas telas de Vincent Van Gogh.
Saiba mais sobre os pontos e o roteiro de visitação pelos cenários de Van Gogh.
2 – Amphithéâtre ou Arenas de Arles
Por causa de sua localização estratégica entre a Itália e a Espanha (e próxima do Mediterrâneo) a cidade teve grande importância durante o Império Romano.
Dois monumentos impressionam justamente por essas características romanas no meio de França, são eles o Amphithéâtre e o Théâtre Antique.
O Anfiteatro de Arles tem 2 mil anos de existência e é um dos maiores do Império Romano |
- O anfiteatro é uma das mais importantes construções da região e mesmo após 2 mil anos de sua construção, permanece firme e forte para ser conferido pelos visitantes.
- O lugar comportava 21 mil visitantes. Em forma de elipse, ele é o 20o. maior monumento do Império Romano ainda preservado. O espaço também foi cenário de brigas de touros e, por conta disso, ficou conhecido como Arena.
- O anfiteatro pode ser percorrido tanto horizontalmente (nesse caso, por largos corredores cercados de enormes colunas) como verticalmente (sendo possível percorrer os diversos andares onde os 21 mil visitantes eram comportados).
3 – Théâtre Antique – Teatro Romano de Arles
Pouco restou do Teatro Romano, mas caminhar pelas ruínas é sempre uma viagem no tempo |
- O Teatro Romano precede em um século a construção do Anfiteatro Romano e também não se encontra tão bem conservado.
- Só o que sobraram da construção original são alguns lugares para o público sentar, a seção da orquestra e duas colunas de mármore. Nota-se, no entanto, que o espaço ainda é usado para apresentações, principalmente no verão.
- Graças a escavações, alguns detalhes sobre o local foram descobertos, como a decoração suntuosa do local.
Outros Pontos Turísticos Imperdíveis em Arles, na Provença:
– Musee de l’Arles et de la Provence Antique: não é surpresa que em um lugar com tanta história e monumentos antigos, um museu de arqueologia seja um dos grandes destaques
– The Camargue: parque natural que permite ver cavalos selvagens, flamingos entre outros animais e belas paisagens.
– Fundação Van Gogh: relaciona a pintura de Van Gogh com artistas contemporâneos influenciados pelo pintor.
Leia a seguir: As Calanques de Cassis
Veja também: Provence em 20 Fotos Cinematográficas
Fonte:
Turismo Oficial de Arles: Arles Tourisme
Destino Provence: Arles e o Legado Romano na Provença
© 2015 Fabio Pastorello. Todos os direitos reservados. A reprodução de textos e/ou imagens não é permitida sem prévia autorização do autor.
2 Comentários
Oba, que legal Natalie. Obrigadão. Abraço grande!!!
Oi, Fábio. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie