O Jardim Botânico no Rio de Janeiro é um dos principais pontos turísticos para se fazer no Rio, como já destacamos na matéria O que fazer no Rio: Top 10 Pontos Turísticos.
O lugar é enorme e requer algum planejamento.
Não que você não possa simplesmente aparecer por lá e começar a vagar por suas deliciosas alamedas, mas para quem quer fazer um roteiro orientado e conhecer o que o Jardim tem melhor a oferecer, vale ficar de olho nas dicas que daremos a seguir.
Apesar de já termos visitado o Jardim Botânico anteriormente, esse texto faz parte do roteiro de nossa última viagem ao Rio de Janeiro, em janeiro de 2016. Para saber mais, consulte nosso roteiro de 4 dias pelo Rio.
Jardim Botânico: Lugares Imperdíveis para Conhecer no Rio de Janeiro
Jardim Botânico: História, Preços, Horário e Funcionamento
Depois de um primeiro dia no Rio com chuva, no dia seguinte o sol resolveu aparecer e já partimos para um mirante, o da Vista Chinesa. Só que no caminho, percebemos que as encostas estavam cheias de nuvens, então resolvemos mudar nossos planos e ir para o Jardim Botânico, que fica ali pertinho.
Aliás, confiram no mapa abaixo os pontos turísticos imperdíveis que podem ser visitados em um mesmo roteiro na região:
– Parque Lage;
– Jardim Botânico;
– Bairro da Gávea;
– Instituto Moreira Salles;
– Parque Nacional da Tijuca: Vista Chinesa.
Como Chegar
Há uma grande série de linhas de ônibus que passam na Rua Jardim Botânico nº 1008, onde está localizado o parque. São elas: 131-158-161-162-170-172-173-176-178-186-309-316-317-410-438-439-511-512-522- 524-536-538-569-570-573-574-583-584-2014-775D-750D. Obviamente você não vai conseguir decorar todos esses números, então melhor perguntar no ponto de ônibus.
Caso vá de carro, procure estacionar na Rua Pacheco Leão ou na Praça Santos Dumont, na Gávea. Ande sempre com o cartão do Rio Rotativo ou você pode comprar se encontrar algum vendedor credenciado. Em geral eles aparecem. Custa R$ 2,00 o período de 2 horas para os lugares de alta rotatividade.
Uma boa alternativa parece ser de metrô. Vá até a Estação Botafogo e de lá pegue um ônibus de integração do metrô até a Rua Jardim Botânico 728. De lá, a entrada mais fácil é pela Rua Pacheco Leão 101.
Café da manhã no La Bicyclette
Estacionamos o carro na Rua Pacheco Leão e na caminhada até o Jardim Botânico, encontramos o La Bicyclette, que fica na própria Pacheco Leão, em frente à Rede Globo (há também uma filial dentro do Jardim Botânico). Lá sentamos para um café e um croissant, que é um dos carros fortes do lugar.
A filosofia do lugar é de preparar pães como antigamente, por exemplo, assados diretamente na pedra. Os croissants, pains au chocolat e brioches são produzidos com matéria prima selecionada. Os produtos não tem gordura, dizem no site. Opa!!!
Se você estiver com fome, peça o café da manhã completo. Os preços variam de R$ 25,00 a R$ 64,00. Nós já tínhamos tomado café no apartamento, então eu fiquei só com o croissant mesmo, recheado com banana e nutella (R$ 12,50). Delicioso e fresquinho.
Ótimo jeito de começar um passeio né?
Jardim Botânico: História
Como estávamos na Pacheco Leão, entramos por ali mesmo, no acesso lateral.
Com atividades iniciadas em 1808, o primeiro desafio do Jardim Botânico era aclimatar espécies trazidas do exterior. Em outros momentos, estudos para cultivos de plantas visavam benefícios econômicos, como o plantio do chá, as palhas e as amoreiras.
Em paralelo aos estudos, o Jardim também foi aberto à visitação e adaptações foram feitas para melhorar a experiência de lazer do público, como a criação de cascatas e lagos. Nesse aspecto, um dos maiores destaques foi Frei Leandro, criador do Lago da Vitória-Régia.
Ao entrar no Jardim Botânico, fique atento as placas que informam quais as espécies encontradas. Os jardins botânicos são lugares justamente para isso: estudar e apreciar as espécies.
São vitórias-régias, seringueiras, pupunhas e os pau-mulatos, espécies que encontramos no início do passeio. O pau-mulado é uma árvore típica da Amazônia que se destaca pelo tronco liso e brilhante, e bastante extenso, com mais de 30 metros. Não deixe de alisar o pau-mulato, sem duplo sentido hein?
Mas o destaque no Jardim Botânico fica mesmo para as espécies da Floresta Amazônica. O naturalista Adolpho Ducke (1867-1959) trouxe várias espécies de suas expedições até a Amazônia.
O pau-mulato, árvore típica da Amazônia, tem o troco liso e lustroso, uma beleza |
1 – Chafariz das Musas (Chafariz Central)
Enquanto caminhávamos até o Chafariz das Musas e estávamos fazendo um snapchat (viagenscine), eis que aparece atrás de nós o Cristo Redentor lá no alto do Corcovado. Sim, é possível avistá-lo de vários pontos do Rio, e também do Jardim Botânico.
E logo encontramos o Chafariz Central, um dos pontos mais emblemáticos do Jardim Botânico. Ele fica numa localização central e com maravilhosas sombras, além da própria fonte, que representa quatro musas da mitologia grega: Calíope (poesia épica), Clio (musa da história), Erato (poesia lírica) e Tália (musa da comédia).
O Chafariz Central, com o Cristo Redentor ao fundo |
2 – Aleia das Palmeiras
Mas o maior símbolo do Jardim Botânico é mesmo esse corredor de palmeiras imperiais, que ganhou o nome Aleia Barbosa Rodrigues. João Barbosa Rodrigues foi diretor do Jardim Botânico entre 1890 e 1909. São 134 palmeiras-imperiais com altura média de 30 metros, o que equivale a um prédio de 8 andares. A grandiosidade das árvores acabou virando símbolo do lugar.
Aproveite para tirar suas melhores fotos aqui, na Aleia das Palmeiras |
Outra aleia curiosa é a Aleia Serpa Brandão, administrador do Jardim Botânico a partir de 1829. Dizem que Serpa Brandão queria monopólio das palmeiras e mandou queimar todo ano as sementes, mas mesmo assim os escravos levavam sementes escondidas e, graças a eles, as palmeiras se espalharam pelo Brasil.
De qualquer forma, pela origem já se prevê que as palmeiras centenárias daqui, se não são monopólio do Jardim Botânico como queria Serpa Brandão, pelo menos se tornaram as palmeiras mais famosas do Brasil.
3 – Lago Frei Leandro (ou Lago da Vitória Régia)
Frei Leandro foi o primeiro diretor do Jardim Botânico e mandou os escravos escavarem a terra do local para dar lugar ao lago que ganhou o seu nome. A terra tirada para o lago virou um elevado, uma espécie de morrinho, chamado Cômoro Frei Leandro, onde há uma estátua do Frei e também um ponto de vista perfeito para o entorno.
Cômoro Frei Leandro, em homenagem ao primeiro diretor do Botânico, fica num elevado |
Mas o lago impressiona mesmo pelas belas vitórias régias, que podem suportar até 45 quilos. Em algumas delas nascem flores, exatamente como tínhamos visto nos Jardins de Monet. Uma beleza só. Lembrando que como falamos anteriormente, a vitória-régia também é uma espécie originária da Amazônia.
Lago Frei Leandro, também conhecido como Lago da Vitória-Régia, é belíssimo |
4 – Gruta Karl Glasl
A gruta é outro desses lugares incríveis do Jardim Botânico. Construída por Karl Glasl para abrir espécies que estão acostumadas com ambientes mais escuros e úmidos, eu adoro entrar na gruta e ficar buscando ângulos dela para o Botânico.
Note também que assim como no Lago da Vitória-Régia, por aqui também é possível encontrar ninféias.
5 – Cascata do Jardim Botânico
Tudo parece muito natural no Jardim Botânico, mas as cascatas também foram obra de Frei Leandro, que buscava não somente representar a flora aquática, mas também criar refúgios de tranquilidade. Quem se aproxima da cascata e ouve o barulho de suas quedas, não tem como ser invadido por uma sensação de paz.
Ainda existem inúmeros outros destaques no Jardim Botânico que valem a pena serem visitados, como o Jardim Japonês, o Jardim Mexicano, o Jardim Sensorial, o cactário, a Casa dos Pilões, a estufa de plantas insetívoras e a lista corre.
Restaurantes no Jardim Botânico
Na hora de voltar para o carro, decidimos almoçar na Rua Pacheco Leão, que está cheia de lugares gostosos. Dei uma olhadinha no TripAdvisor e alguns dos melhores restaurantes do Rio estavam por lá.
Além do La Bicyclette, que já mencionamos, tem o Couve Flor (onde comemos, comida por quilo a R$ 81,00, meio salgado), o Yume, o Bar do Horto (nossa primeira opção, mas estávamos com pressa, preferimos o quilo mesmo), o Jojô Bistrô e o Borogodó. Localização tranquila (infelizmente não tem fácil para estacionar, como em qualquer lugar do Rio), ambientes gostosos, vale a pena conferir.
FICHA TÉCNICA:
Passeio: Jardim Botânico
Direção: Rio de Janeiro
Produção: R$ 9,00. Aberto diariamente das 8h às 17h, exceto às segundas que só abre às 12h e no verão, que fica aberto até às 18h
Fotografia: Fabio Pastorello e Cleber Alcantara
O melhor: Não é a toa que a Alea das Palmeiras é o símbolo do Jardim Botânico: use e abuse desse lugar
O pior: Evite os fins de semana, quando o lugar fica muito cheio e obviamente você perde aquela chance de realmente relaxar num lugar propício para estar em paz.
Ano: 2016
País: Brasil
Avaliação: ★★★★★
Leia a seguir: Vista Chinesa – Mirante no Parque da Tijuca
Confira o roteiro completo: Rio: Roteiro de Trilhas e Mirantes em 4 Dias
Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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