Voltei há poucos dias da Rota do Café, no norte do Paraná, e já retornamos ansiosos para contar um pouco de nossa viagem aqui no blog.
A verdade é que antes dessa viagem, eu pouco conhecia desse roteiro. Após a volta, já tenho um grande carinho pela Rota e pelo projeto desenvolvido pelo Sebrae do Paraná para estimular e desenvolver as atividades de empreendedores locais.
A região tem se beneficiado muito do turismo. A história de suas cidades é resgatada e divulgada em museus, as fazendas têm se desenvolvido como opções de educação ambiental e as pessoas podem compartilhar suas histórias aos visitantes.
E nós visitantes, também ganhamos muito com essa rota. Veja a seguir 5 razões porque você precisa conhecer a Rota do Café, além de todas as dicas para você planejar sua viagem.
Rota do Café em 5 Dicas: Guia Rápido
Porque Conhecer, Como Chegar, Quando Ir, Onde Ficar, O Que Fazer
Fazenda Palmeira, ainda mantém plantação de café não obstante o êxodo de seus funcionários para as cidades |
Para montar o roteiro, os consultores do Sebrae passaram 2 anos visitando destinos e conversando com os moradores para que eles participassem do roteiro. É muita paixão e dedicação. Entre os consultores, a incrível Luciana Masson nos acompanhou durante a viagem, uma pessoa apaixonada por seu ofício e pela Rota.
A proposta da Rota do Café é aumentar o turismo no Paraná, fora do eixo Curitiba e Foz do Iguaçu. Mas também visa aproveitar o que o norte do Paraná tem de melhor: a hospitalidade de seu povo.
1 – Porque Conhecer
5 Razões para Visitar a Rota do Café
- O roteiro foi premiado pelo Ministério do Turismo, em 2011, na categoria de Roteiro Turístico. O objetivo do prêmio é reconhecer boas práticas de desenvolvimento turístico regional. O reconhecimento vem principalmente do resgate da cultura e dos costumes das pessoas do norte do Paraná.
- No roteiro, tivemos a possibilidade de conhecer várias etapas da produção do café. Conhecemos como o café era produzido antigamente e como ocorre o plantio, a florada, a colheita e o processamento nos dias de hoje. As fazendas de café são o grande atrativo da região. Mas também você poderá degustar um café especial. Nós provamos os cafés preparados pela barista Cristina Maulaz, que também deu dicas de preparo e conservação.
A fazenda histórica Monte Bello preserva o processo de produção do café como era feito antigamente |
- Além da degustação do café, outras delícias aguardam os visitantes. Em todas as fazendas que visitamos, acontecem deliciosos café rurais, com alimentos preparados com ingredientes naturais e livres de agrotóxicos, e ainda por cima deliciosos. Um dos destaques foi o almoço vegetariano na Pousada Marabú. Perfeito. O problema realmente são os quilinhos a mais na volta.
- Além do café, a região também possui outros tipos de plantação. Na visita à Casa Müller, por exemplo, tivemos o privilégio de conhecer uma plantação de morangos e experimentar essa fruta deliciosa, colhida diretamente do pé. Nunca comi morangos tão doces. A Casa Müller funciona como vinicultura e lá também conferimos uma degustação de vinhos com terroir de café.
- Além de comer, beber, é preciso viver. E na Rota do Café tivemos a oportunidade de conviver com um pequeno extrato da vida das pessoas do local. Desde aqueles que mudaram para o campo em busca de uma melhor qualidade de vida, até outros que nasceram nas fazendas e lutam para manter esse estilo de vida, não obstante o êxodo dos mais jovens para as cidades. Projetos como a Rota do Café ajudam a preservar a vida rural nessas regiões.
Blogueiros da ABBV – Associação Brasileira de Blogs de Viagem e jornalistas na Rota do Café |
2 – Como Chegar
- Londrina é a principal cidade base para conhecer a Rota do Café.
Orelhões no estilo de Londres são comuns no centro de Londrina, cidade com melhor infraestrutura da Rota do Café |
- Existem alguns vôos diários de São Paulo a Londrina (eu peguei de Congonhas, que para mim é sempre mais conveniente do que Guarulhos). Os vôos de Curitiba são ainda mais frequentes.
- Existem vôos diretos ainda para Campinas, Cuiabá, Maringá e mais recentemente, Recife.
- Mas como você pode ver no mapa abaixo, as cidades da Rota do Café se encontram praticamente na divisa com o Estado de São Paulo. Para quem vem de cidades paulistas como Marília ou Bauru, são 3 horas de viagem, de ônibus.
Confira mapa da Rota do Café no Google Maps |
3 – Onde Ficar
- A Rota do Café é composta por 9 cidades, mas a base principal para se hospedar é em Londrina, cidade com maior infraestrutura da região.
- Nós ficamos hospedados no Cedro Hotel, em Londrina. A diária custa de R$ 150,00 a R$ 200,00 e o hotel fica cerca de 20 minutos de caminhada do calçadão de Londrina.
- As acomodações, apesar de simples, são bastante funcionais. Tudo aconteceu perfeitamente durante nossa estadia, a limpeza dos quartos era impecável e o atendimento dos funcionários sempre atencioso, com destaque para os funcionários do restaurante. O único senão da hospedagem ficou justamente para o café do café da manhã, que era bastante fraco.
- Mas se a proposta é mesmo o turismo rural, outras opções podem ser mais interessantes, como Ribeirão Claro (entre as opções: a Fazenda Monte Bello, a Pousada Victor, a Pousada Ruvina ou a Fazenda Platina, todos credenciados à Rota do Café) ou Rolândia (Pousada Rural Marabú).
- Duas das fazendas que visitamos ficam cerca de 3 horas de estrada de Londrina, e dificilmente são visitadas no mesmo dia, portanto é recomendável reservar pelo menos 1 pernoite em Ribeirão Claro para poder curtir essas fazendas em pelo menos 2 dias do roteiro.
Veja todas as cidades que visitamos no Google Maps |
4 – Quando Ir
- Em geral nossos critérios de “quando ir” são baseados nas chuvas, mas na Rota do Café a melhor época de visita é orientada pelos tempos de colheita.
- Da última semana de maio até a primeira semana de agosto é a melhor época na Rota. É quando é possível ver os grãos nos pés de café (coisa que não vimos nessa viagem – até vimos, mas ainda verdes).
Alguns grãos de café, ainda verdes, nas plantações da Fazenda Palmeira |
- No dia 24 de maio é comemorado o Dia do Café e ocorrem eventos comemorativos durante a semana.
- Nesse período também é possível sentir ainda com mais intensidade os aromas do café.
- Mesmo assim, em outras época a visita também é possível e bastante interessante. Os cafés rurais, a visita aos museus, as plantações de outras frutas (como a de morango, que vimos na Casa Müller) e as histórias contadas também podem ser aproveitadas fora da melhor época.
Provei os morangos mais doces de minha vida, na Casa Müller |
- Mas lógico, a cereja do bolo é realmente visitar a região na época da colheita.
5 – O que fazer
- São 30 atrativos em 9 munícipios, que funcionam como um cardápio, que o visitante conhece e escolhe conforme suas preferências. As atrações podem ser conhecidas em até 7 dias de roteiro.
- Infelizmente, a Rota do Café ainda não está completamente preparada para o turismo autoguiado, portanto você irá precisar do apoio de agências de turismo locais. No site da Rota do Café, você encontra todas as agências credenciadas.
- Os roteiros podem ser personalizados (montados de acordo com o desejo do turista) ou com saídas programadas (o visitante se encaixa em roteiros previamente elaborados). Obviamente, os personalizados podem sair mais caros, portanto vale a pena consultar as datas de saída disponíveis antes de programar a sua viagem.
- Lugares como as fazendas e outros atrativos possuem funções independentemente do turismo, por isso não estão preparados para receber os visitantes a qualquer momento. Caso você opte em visitar sem o apoio de uma agência, o agendamento prévio é imprescindível. Visitas em grupos pequenos também podem ser mais difíceis de agendamento (em geral, os grupos devem possuir pelo menos 8 pessoas).
- Em 2015, a Rota tem planos de receber os viajantes individuais, inclusive com aplicativos que facilitem a vida do viajante.
10 programas imperdíveis para se fazer na Rota do Café
1 – Visitar propriedades de pequenos agricultores locais, como a Casa Muller, que produz vinhos, geléias e licores, além de trabalhos de educação ambiental.
Seu Elói Muller é um dos pequenos agricultores que também desenvolve um trabalho de educação ambiental |
2 – Almoçar ou desfrutar de deliciosos café rurais como na incrível Pousada Rural Marabu. O almoço vegetariano estava impecável (comemos até urtiga, e estava delicioso) e além das refeições, é possível fazer trilhas ou simplesmente relaxar em contato com a natureza.
3 – Visitar fazendas históricas (como a Fazenda Monte Bello) ou ainda em atividade na produção de café, como a Fazenda Palmeira.
4 – Participar ativamente da colheita do café. Isso mesmo, ativamente quer dizer botando a mão na massa. Lá o pessoal te convida a trabalhar, para viver a experiência na pele. Lógico que você participa se quiser.
5 – Fazer roteiros culturais e artísticos (entre eles conhecer a obra de Henrique de Aragão) e/ou fazer compras de artesanato, como no Centro de Artesanato de Ibiporã.
Centro de Artesanato em Ibiporã, lindos trabalhos de cerca de 100 artesãs locais |
6 – Provar cafés de excelente qualidade em cafeterias locais. O norte do Paraná pode não produzir café em grande quantidade como São Paulo, mas prima pela qualidade.
7 – Participar de oficinas de cafés especiais, como a ministrada pela barista Cristina Maulaz, da Cafeteria Armazém. Aprendi um monte de coisas, agora é botar em prática.
Oficina de Café Especial da Cafeteria Armazém, onde aprendemos o preparo do café em diferentes tipos de equipamentos |
8 – Escolher hospedagens rurais, onde o convite ao relaxamento e ao contato com a natureza é a proposta. Uma rede gostosa me esperava na Marabu, por exemplo. Mesmo para nós que ficamos hospedados em Londrina, já é possível dar uma boa desligada.
9 – Visitar museus e conhecer a história do café no norte do Paraná, como o Museu do Café em Ibiporã e o Museu Histórico de Londrina.
10 – Provar delícias gastronômicas inspiradas no café, como o delicioso jantar no Brasiliano (com seu já famoso risoto espresso de lombinho de porco, queijo coalho e café) ou o almoço com forno a lenha no Restaurante Michela (para mim o doce de trufa de café com strogonoff de nozes foi a melhor sobremesa da viagem – opção só disponível mediante agendamento).
Rota do Café – Dia 1: Ibiporã
Um passeio pela cultura do ontem e do amanhã em 3 paradas
1 – Primeira Parada: Museu do Café
Depois de devidamente instalados em Londrina, por volta das 19h partimos para Ibiporã, sempre acompanhados pela Luciana Masson, representante do Sebrae. Durante toda a viagem, pudemos sentir a paixão como Luciana trata a Rota do Café, e ao final de cada dia, esse sentimento se transferiu um pouco para nós.
Nosso primeiro destino foi o Museu do Café, que funciona numa antiga Estação Ferroviária.
Fomos recebidos por uma funcionária que contou um pouco da história da cidade e do museu. O acompanhamento de um guia é essencial nesses lugares históricos, mas é uma pena o curto período de tempo que tínhamos para fazer a visita.
A estação foi criada em 1936 para escoar o café da região, que foi uma das últimas no país a se desenvolver na produção de café. O norte do Paraná é uma região relativamente jovem, Londrina, por exemplo, foi criada em 1934.
Outra curiosidade que conferimos durante a visita é que a maior influência na região da Rota do Café foi de São Paulo e Minas Gerais, outros produtores de café no Brasil. A forma de plantio do café, por exemplo, é igual aquela adotada em São Paulo. Por isso, acredita-se que até hoje a população se identifique mais com os paulistas (também pela proximidade) do que com os paranaenses.
O norte do Paraná viveu o seu auge junto o café e Londrina já foi a maior produtora de café do mundo. E o aeroporto de Londrina já foi o terceiro mais movimentado do Brasil.
Depois dessa explicação básica sobre como o café foi importante para a criação e desenvolvimento das cidades do norte paranaense, fomos conferir a obra de um dos artistas mais famosos de Ibiporã, que na realidade iríamos “encontrar” em outros pontos da cidade.
A obra “Cristo Liberdador”, de Henrique de Aragão, data de 1965. Consta que a obra não foi aceita pela comunidade pelo fato de estar nu. Após algum tempo, a obra finalmente veio parar no Museu do Café.
Além da incrível beleza da obra, estava anoitecendo o que colaborou para um cenário incrível ao final do dia.
A obra “Cristo Libertador” é um dos destaques do Museu do Café |
Afinal, caminhamos rumo à entrada do Museu do Café. Outra iniciativa legal do lugar foi transformar as casas de antigos funcionários da estação ferroviária, em órgãos municipais. Uma forma de preservar as construções e a história do local.
O prédio da estação, que ficou abandonado durante anos, foi restaurado em 2012 e hoje nele funciona o museu. É na realidade o local onde nasceu a cidade de Ibiporã. Nossa guia nos convida a imaginar as chegadas e partidas e todos os acontecimentos ocorridos por ali. Se a imaginação não for o bastante, os antigos pioneiros da cidade doaram alguns objetos que hoje fazem parte do acervo do museu.
Ibiporã também teve a brilhante iniciativa de registrar em vídeo depoimentos dos pioneiros da cidade. Nesses vídeos, que são exibidos em uma das salas do museu, essas pessoas que guardam a história da cidade, têm a oportunidade de dividir um pouco suas memórias com quem visita o espaço.
Reserve um tempo para conferir alguns dos depoimentos dos pioneiros de Ibiporã |
No museu ainda destacam-se as peneiras de café penduradas no teto com um interessante efeito decorativo e os painés que trazem informações sobre a história do café.
2 – Segunda Parada: Cine Teatro Padre José Zanelli
Depois do Museu do Café, partimos para o Cine Teatro de Ibiporã.
Conhecemos um pouco mais da vocação cultural da cidade, que mescla habitantes de vários países e ou estados brasileiros (italianos, bulgareses, japoneses, paulistas, mineiros e cabixabas). Justamente por conta dessa diversidade e pela mescla cultural, o povo tornou-se mais receptivo às diferenças, conta-nos o prefeito de Ibiporã.
¨A cultura nos ensinou a ser tolerantes e conhecer o próximo¨.
Um dos exemplos é que o maior artista da região, aquele mesmo Henrique de Aragão da estátua do Cristo desnudo, é justamente um paraibano que veio encontrar um lar em Ibiporã. Na cidade distribuiu suas obras em espaços como o Museu ao Ar Livre, na área externa do teatro, na Igreja (em afresco pintado em 1969) e na praça principal.
Depois da recepção, foi a vez de conhecer uma das provas do que o prefeito falava.
No teatro, conferimos uma apresentação de teatro e de dança com jovens da cidade. As atividades fazem parte de um projeto cultural da prefeitura, que beneficia muitos estudantes.
Mas acreditem, eu não estaria comentando aqui se a apresentação tivesse sido fraca. O espetáculo, principalmente o de dança, foi surpreendente.
A escola de dança é uma das principais atividades culturais e artísticas de Ibiporã |
3 – Terceira Parada: Centro de Artesanato
E a última parada da noite foi conferir o Centro de Artesanato de Ibiporã, onde conferimos diversas obras de artesãos locais. Inaugurado em maio de 2009, reúne em um único espaço os trabalhos de artesãos da cidade.
O grupo ficou encantado com as peças, e lógico, cada um levou uma pequena lembrança do local.
O artesanato de Ibiporã é mais uma atração turística da Rota do Café |
Obras de diversos artesãos da cidade estão reunidas no Centro de Artesanato de Ibiporã |
Na saída, Luciana ainda nos acompanhou até a praça principal e mesmo tarde da noite, ainda nos apresentou mais uma obra de Henrique de Aragão e nos deixou com muita vontade de retornar logo a Ibiporã.
Uma cidade que respira e transpira cultura, através do resgate da história, mas também na criação da arte do amanhã.
Rota do Café – Dia 2: Londrina e Marabú
Sobre café, história, natureza e geléias
Grupo reunido no Museu Histórico de Londrina, onde rolou uma demonstração da colheita do café |
1 – Museu Histórico de Londrina Pe. Carlos Weiss
O primeiro destino de nosso segundo dia de viagem foi o Museu Histórico de Londrina. O acervo que antes funcionava na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Londrina, foi transferido em 1986 para o prédio onde funciona hoje, uma antiga Estação Ferroviária.
O legal é que parte da estação permanece preservada, como a locomotiva Baldwin e até o balcão de vendas de passagens. O restante foi adequado para o espaço do museu.
O belo prédio do Museu Histórico de Londrina, onde antigamente funcionava uma Estação Ferroviária |
Antes de entrarmos no museu, um funcionário fez uma demonstração bem interessante de como era o processo de colheita do café, processo como era feito antigamente, vale salientar. O grupo aproveitou a demonstração para brincar com os objetos ou tirar fotos nos 100 pés de cafés existentes no espaço.
Os pés de café, que envolvem plantas de cinco continentes diferentes, estão condensados para sobreviver às geadas, mas originalmente eram plantados de modo mais espaçado.
O museu é composto por diferentes peças: o acervo tridimensional mostra objetos representativos da história dos londrinenses; a galeria história recria os diferentes ofícios desse povo e o acervo ainda inclui documentos, imagens e sons, tais como álbuns fotográficos ou depoimentos.
O espaço do museu é bastante interessante, mas faça a visita com as explicações do guia. Fez toda a diferença para nós, ainda mais em um lugar em que apesar do bom acervo, o maior patrimônio são as histórias de seu povo.
Para mais informações, horário de funcionamento e localização, acesse o site do museu. A entrada é grátis.
Nosso guia nos acompanhou e deu diversas explicações sobre a história de Londrina e as peças do acervo |
2 – Cafeteria O Armazém
Ainda no espaço do museu, rolou uma Oficina de Cafés Especiais com a barista Cristina Mauaz.
Cristina possui os melhores lotes e os melhores cafés do norte do Paraná. Ela nos conta com paixão característica de todos na região, como cada xícara de café vem com toda uma história e também com todo um processo de qualidade.
Os detalhes são muito importantes para atingir essa qualidade. O blend (uma mistura boa que atinja um equilíbrio de sabores, os grãos selecionados (todos do mesmo padrão e tamanho), o cuidado na torra do café, que representa a principal diferença entre o café bem feito e o café mal feito, a temperatura da água e até mesmo a qualidade da água (sem cloro e sem sódio) são todos fatores para o café sair perfeito.
Uma última dica de ouro dada pela barista, que vale até para nós, consumidores mais comuns, é nunca tirar o café da embalagem. É nela que os aromas são mantidos, pois o café tem essa tendência de absorver os aromas do ambiente. E o consumo deve ser no prazo de 1 mês.
Cafés especiais, grãos selecionados, o blend são alguns dos critérios apresentados pela barista |
Cristina nos apresentou diversos processos na preparação do café, entre eles a Cafeteria Italiana, o Siphon, a Prensa Francesa (French Press) e o Café Turco.
Todo o processo de demonstração dá uma água na boca e momento mais esperado, que é o de degustar finalmente o café preparado pela barista, é a hora de saborear o café como se saboreia um bom vinho. Sem açúcar, hein?
Só achei que depois de todo aquele processo, servir o café em um copinho de isopor foi meio frustrante. A boa apresentação também deveria fazer parte do processo.
Cafezinho sendo preparado deu água na boca |
Para mais informações, acompanhe o blog do Armazém Café.
Na sequência, ainda no espaço do museu, rolou um lanchinho delicioso com pão de queijo e broa quentinha saída do forno a lenha, perfeitos para acompanhar café, não acham? As histórias continuaram a rolar soltas, que viagem gostosa.
Lanchinho com pão de queijo e broa para acompanhar o café, que delícia de viagem!!! |
3 – Pousada Marabú
Dentro da proposta dessa viagem, que era não somente mostrar lugares, mas trazer contato com pessoas e experiências de vida, fomos conhecer a Pousada Rural Marabú, situada no município de Rolândia, cerca de 30 minutos de carro a partir de Londrina.
Além de ser uma pousada, com 2 chalés para casais ou famílias, o lugar também funciona como um Day Use, que foi como pudemos conferir. A verdade é que a pousada fica em um terreno de 72.000 metros quadrados, onde é possível fazer trilhas, conferir cachoeiras e ter um contato autêntico com a natureza local.
Pousada Marabú, uma grande e florida árvore traz sombra para a área de convivência |
Antes de fazer a trilha, um delicioso almoço nos esperava. O termo vegetariano te assusta? Esqueça os preconceitos. A Marabú trabalha só com comida vegetariana e orgânica (produtos da própria chácara, sem agrotóxicos), mas extremamente saborosa. Não há quem não tenha gostado da comida no nosso grupo. O valor da refeição é R$ 25,00, mas é preciso reservar antes.
Antes do almoço rolaram também umas bolachinhas com geléias e patês. A geléia de Uvaia fez o maior sucesso. A uvaia é uma fruta de origem brasileira, encontrada principalmente nos Estados do sul do Brasil. Ela é bem suave e tem alta concentração de vitamina C, mas como oxida com facilidade, não é encontrada em feiras ou supermercados.
Quem nos guia pelos caminhos da Marabu é Adrian Saegesser, descendente de suíços. A caminhada pela Marabu é bastante agradável e tranquila, nível de dificuldade moderado. No caminho, ainda conferimos como são os chalés por dentro, encontramos algumas casas de abelhas (inofensivas) e até encontramos um cinema, o Cine da Mata.
Pelas trilhas da Marabú |
Apesar da trilha ser bem gostosa, confesso que eu gostei bem mais de deitar na rede da área de convivência da Marabú e ficar conversando com o pessoal. Que paz, que tranquilidade, que delícia de vida. Como natureza é sinônimo de mosquitos, vale passar um pouco de repelente para não entrar tanto assim no clima. 🙂
Não é à toa que a pousada recebe visitantes voluntários, que trabalham na pousada e ali vivem às vezes durante meses, em troca de hospedagem e alimentação. São os WWoofers.
Além das refeições vegetarianas, o pessoal da Marabú também faz cursos relacionados ao tema rural ou de vida saudável. Na nossa visita, tivemos a oportunidade de conferir uma oficina de suco verde ministrada pela Rita Zamberlan, do A Fruta Madura.
Deitado na rede e curtindo a natureza da Marabú, momentos únicos |
Delícias do café rural da Marabu |
E assim terminou mais um dia de viagem na Rota do Café. Confesso que comi demais, mas outra coisa saiu bem mais satisfeita daquele local. Lugares como esse enchem a gente de sentimentos bons, de alegria, de bem estar. A alma sai mais feliz.
Nossa visita à Marabú foi muito mais do que uma trilha, um almoço ou a observação da natureza. Envolve histórias, vivências, conhecimento e imersão na cultura local.
Depois da Rota do Café, eu sei exatamente o que significa fazer um turismo de experiência. Se você ainda não viveu as viagens desse jeito, não sabe o que está perdendo.
Acesse o site para mais informações sobre a Pousada Rural Marabu.
O que esperar: Turismo Rural, Natureza, Cultura, História, Arte, Gastronomia, Trekking
Quantos dias: Há passeios para até 7 dias de viagem. Nós fizemos em 4 dias o básico e ficou super corrido. Já que o negócio é relaxar, sugiro cerca de 5 dias.Venha curtir um estilo de vida diferente na Rota do Café você também.
Nota: O Viagens Cinematográficas viajou para a Rota do Café a convite do Sebrae Paraná em uma press trip com diversos jornalistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. O convite ocorreu por intermédio da ABBV – Associação Brasileira de Blogs de Viagem e da Assessora de Imprensa Giovana Chiquim (super querida).
Apesar de ser uma press trip, as opiniões aqui escritas são de livre expressão do autor.
Também participaram da press trip os blogs Destino Mundo Afora, Diário de Viagem, Fui Gostei Contei, Giros por Aí e Mala Inquieta. Você também encontra excelente conteúdo sobre a Rota do Café no blog Matraqueando.
Outras matérias dos jornalistas que participaram da viagem:
Diário de Marília: Rota do café: experiência que une história, cultura e gastronomia
Fundação Cultural de Ibiporã: Tour de Jornalistas é Recebido em Ibiporã
Voz da Terra: Rota do Café, um vício bom e inesquecível
1 comentário
Moro em Londrina e estou conhecendo a rota agora… Em plena pandemia não sei se vou conseguir fazer tudo, mas adorei o post… Parabéns!