Chapada dos Veadeiros. Quais as principais dicas para aproveitar o melhor desse paraíso no centro do Brasil?
Depois de três viagens para a Chapada dos Veadeiros, voltamos sempre com novos aprendizados e experiências para compartilhar. Como ir, qual a melhor época, onde ficar (Alto Paraíso ou São Jorge?), como se locomover e quanto custa viajar para a Chapada?
Na nossa última viagem, decidimos reservar mais tempo para aproveitar melhor a região. Fizemos um roteiro de 7 dias na Chapada dos Veadeiros, em lugares como Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e São Jorge.
E nesse roteiro de 7 dias, ainda não deu tempo de conferir todas as belezas que a região tem para oferecer.
E se você tiver alguma dica ou relato que gostaria de compartilhar, não esquece de comentar e dividir sua experiência no final desse post. Ela pode ser útil para outros leitores e vai enriquecer ainda mais essa matéria.
Chapada dos Veadeiros: Como Ir, Onde Ficar, Melhor Época e Roteiro de Viagem
Confira nossas dicas e roteiro de 7 dias na Chapada dos Veadeiros
Confira a seguir as dicas essenciais para planejar a sua viagem:
1 – Chapada dos Veadeiros – Roteiro de 7 Dias
A Chapada dos Veadeiros é um destino perfeito para quem curte cachoeiras. Algumas das cachoeiras mais lindas do Brasil estão por aqui.
E há cachoeiras para todos os gostos. Desde pequenas quedas d’água com deliciosas piscinas naturais até imponentes e cinematográficas cataratas, é impossível não se apaixonar por esse cenários.
Mas a região também revela outras surpresas. Pelas trilhas da Chapada, você entrará em contato com a flora e a fauna do cerrado, então é importante ficar atento. Não é raro ver animais cruzando o seu caminho e flores lindas que merecem alguns minutos para serem admiradas.
Bastante rústica e praticamente sem sinal de internet, a Chapada tem muito charme.
A região é famosa por ser um ponto de avistamento de UFOs (é só perguntar que alguém terá alguma experiência de outro mundo para compartilhar). Mas também atrai um público que curte bons restaurantes (o destaque para mim é a Risoteria Santo Cerrado), comida vegana, natureza e badalação (principalmente em São Jorge).
Top 10: Passeios Imperdíveis
O que fazer na Chapada dos Veadeiros
Confira a seguir nosso roteiro de 7 dias na Chapada dos Veadeiros:
- Dia 1: Hospedagem em Alto Paraíso de Goiás e Fazenda Loquinhas
- Dia 2: Fazenda São Bento (Cachoeira Almécegas) e Vale da Lua
- Dia 3: Catarata dos Couros
- Dia 4: Bate e Volta até Cavalcante: Cachoeira Santa Bárbara e Capivara
- Dia 5: Hospedagem em São Jorge: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (Trilha dos Saltos e/ou Trilha dos Cânions – Cachoeira das Cariocas)
- Dia 6: Mirante da Janela
- Dia 7: Cachoeiras Macaquinhos
Dica: Caso você não tenha 7 dias de viagem, os passeios que você deve priorizar são Almécegas, Catarata dos Couros e pelo menos 1 trilha dentro do Parque Nacional. Esses são os lugares mais lindos da Chapada dos Veadeiros.
Os preços dos passeios mudaram consideravelmente após a pandemia. Consulte os preços atualizados.
VÍDEO: Chapada dos Veadeiros – Top 3 Melhores Passeios e Cachoeiras
2 – Como Chegar e Como Circular
A Chapada dos Veadeiros fica no Estado de Goiás. Para conhecer, quem vem de outro estado tem que fazer uma passagem por Brasília, o aeroporto mais próximo da Chapada.
De ônibus
Chegando em Brasília, existem duas opções para ir para a Chapada.
A primeira é pegar um ônibus da Real Expresso, que sai em dois horários: às 10h e às 21h. Na alta temporada (julho a agosto) podem haver ônibus extras. Dependendo do horário que você chegar em Brasília, já é possível viajar no mesmo dia para Alto Paraíso. O ônibus sai da Nova Estação Rodoviária de Brasília, que fica perto da estação de metrô Shopping, sentido Asa Sul de Brasília.
O ônibus das 10h demora mais de 4h para chegar em Alto Paraíso. Em 2012, optamos por esse transporte de ônibus, mas boa parte do dia é perdido na estrada e chegamos em Alto Paraíso às 15h, um horário que já é tarde para fazer alguma coisa por lá. Se puder, vá de noite.
Outra opção é pegar o ônibus da Viação Santo Antônio, que sai da rodoviária do Plano Piloto, mas o ônibus é mais demorado e faz diversas paradas. Então é uma opção recomendável apenas se a da Real Expresso não estiver disponível.
De carro
Essa foi a nossa opção na última viagem em 2017.
A viagem de carro leva 3h pela estrada GO-118 (cerca de 240 km) e é bem tranquila. A estrada, aliás, é muito bonita, vale ficar de olho nas paisagens. Em alguns trechos a pista não é duplicada, mas não é difícil fazer as ultrapassagens nas áreas permitidas.
Se puder, já chegue com o carro abastecido na Chapada dos Veadeiros. Uma boa alternativa é encher o tanque em São João d’Aliança, considerada o Portal da Chapada. Em Alto Paraíso, o preço do combustível já aumenta e em São Jorge não há postos de gasolina.
Nós viajamos de carro alugado. O aluguel foi na Hertz, empresa que já utilizamos em outras viagens. Na chegada no Aeroporto de Brasília, já fomos até a agência retirar o nosso carro.
Prepare-se para alguns adicionais no valor do aluguel. O preço informado na reserva não é o valor final da locação, caso você queira acrescentar o seguro básico (seguro e taxas são praticamente iguais ao valor da locação do veículo).
Quanto custa o aluguel do carro
Confira a seguir os valores (referência maio/2017):
- Preço da locação (1 semana, carro automático): R$ 557,40
- Seguro básico LDW: R$ 322,00
- Taxa de serviço: R$ 140,77
- Lavagem do carro: R$ 20,00 (opcional)
- Valor Total: R$ 1.040,17
Quais adicionais contratar e precisa carro alto?
No caso do seguro básico, a franquia era de R$ 4.000,00, valor que consideramos bastante elevado. A locadora oferece algumas opções de seguros adicionais (um deles é a isenção de franquia), mas que encarecem ainda mais o valor da locação. No final das contas, o valor do seguro pode sair até mais caro do que o valor da locação.
No atendimento da Hertz no aeroporto, fomos informados que o carro reservado (Onix) não estava disponível e nos ofereceram um Ecosport, um carro alto que seria mais apropriado para dirigir na Chapada. No entanto, a diferença de valor era de mais R$ 294,00 e considerando ainda os adicionais no seguro, iria ficar caro demais para nosso orçamento.
No final das contas optamos mesmo pelo aluguel de um carro básico, com seguro básico também. Atendeu bem nossas necessidades, mesmo nas difíceis estradas de terra da Chapada. Mas se puder, prefira um carro alto, assim você dirige em melhores condições.
Como Circular na Chapada dos Veadeiros
A melhor maneira de circular na Chapada dos Veadeiros é de carro. Não há transporte público eficiente entre os destinos e as operadoras de passeios cobram um valor mais alto para quem viaja sem carro.
Um exemplo é a diária dos guias na Chapada, que custa R$ 150,00 (ref.: maio/2017), que pode ser dividido em até 4 pessoas. Para quem está sem carro e precisa utilizar o veículo dos guias, esse valor sobe para R$ 240,00.
Apesar do valor mais alto, a comodidade compensa, já que dirigir para boa parte dos destinos exige circular em estradas de terra, nem sempre em boas condições.
3 – Onde Ficar na Chapada dos Veadeiros
Antes de chegar na Chapada dos Veadeiros, ficamos hospedados em Brasília no Royal Tulip Brasília Alvorada (a partir de R$ 340,00 a diária, ref.: maio/2017). O hotel é simplesmente excepcional, com projeto arquitetônico assinado por Ruy Othake e quartos com vista para o Lago Paranoá.
Já na Chapada dos Veadeiros, nós sempre gostamos de dividir nossa hospedagem entre Alto Paraíso de Goiás e São Jorge.
Em nossa mais recente experiência, gostamos mais de ficar em Alto Paraíso do que em São Jorge. Os preços em São Jorge são mais caros e não oferecem as mesmas comodidades do que em Alto Paraíso. Mas São Jorge tem aquele charme de uma vila pequena e deve ser priorizada principalmente por quem viaja sem carro.
Alto Paraíso de Goiás
Alto Paraíso de Goiás fica no Nordeste do Estado de Goiás e é a cidade mais famosa da Chapada dos Veadeiros. São cerca de 240 km de Brasília (3h de carro) e mais de 400 km de Goiânia.
Prós
- A cidade é asfaltada, possui boas opções de restaurantes e hospedagem e como tudo é mais espalhado, tende a ser mais tranquila e silenciosa.
- É famosa pelo clima esotérico, possui várias lojas de cristais e construções interessantes. É a base ideal para conhecer lugares como a Fazenda Loquinhas, a Cachoeira de Almécegas (na Fazenda São Bento), a Catarata dos Couros e a Cachoeira do Rio Macaquinho.
- Para quem vai viajar até Cavalcante (onde fica a Cachoeira de Santa Bárbara), Alto Paraíso também está mais próximo.
- Como possui mais opções de hospedagem, os preços tendem a ser mais competitivos do que em São Jorge. A variedade também inclui desde hospedagem que imitam castelos medievais até resorts de yoga.
- Possui maior quantidade de serviços de guias e agências de passeios.
Contras
- É uma opção ruim de onde ficar na Chapada dos Veadeiros para quem não tem carro, pois os lugares ficam distantes. Até mesmo circular dentro da cidade sem carro é um pouco mais difícil.
- Alguns lugares mais próximos podem ser visitados de bicicleta.
- Para quem viaja sem carro, os guias trabalham com passeios em transporte deles, mas o preço sobe consideravelmente.
Dicas de pousadas em Alto Paraíso de Goiás
O primeiro lugar onde ficamos hospedados durante essa viagem foi na Pousada Recanto da Grande Paz, em Alto Paraíso de Goiás (R$ 230,00 a diária). A pousada tem um projeto paisagístico muito bonito, que transmite muita tranquilidade para quem se hospeda. Os quartos todos possuem varanda e são virados para o bonito jardim. Achamos esquisito que a piscina ficou coberta durante alguns dias, mas em outros eles finalmente resolveram liberá-la (mas nem usamos). O atendimento é ótimo e os quartos são pequenos mas funcionais.
Na reserva, pedimos um quarto em que o wi-fi fosse melhor, mas mesmo tendo ficando perto da recepção, o sinal era bastante instável. Muita gente diz que não dá para esperar sinal de internet bom na Chapada dos Veadeiros, mas nossa próxima hospedagem provou justamente o contrário.
A Pousada Quatro Estações, também em Alto Paraíso, custou apenas R$ 120,00 (ref.: maio/2017) e o sinal de wi-fi era perfeito. Os quartos mais amplos do que na Grande Paz, só pecavam pela falta de ar condicionado (um pouco dispensável em Alto Paraíso, já que a noite esfria bem) e frigobar (realmente faz falta). Mas enfim, a Quatro Estações ganha pela relação custo benefício.
O casal que administra a Quatro Estações é muito simpático e se desdobram em receber bem os hóspedes. Adoramos.
São Jorge
São Jorge é um povoado de Alto Paraíso, mas acabou crescendo por sua vocação turística. Ela fica dentre o vale de dois rios com vários atrativos: o Rio Preto (onde está o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros) e o Rio São Miguel.
Prós
- O povoado é a melhor opção de onde ficar na Chapada dos Veadeiros para os sem carro. Fica a uma caminhada de distância da entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, onde é possível fazer a Trilha dos Cânions e a Trilha dos Saltos.
- O vilarejo também é mais concentrado, então os restaurantes, bares e todo os turistas ficam próximos uns dos outros. Essa concentração aumenta o agito a noite e faz todo mundo se encontrar.
- São Jorge fica mais próximo de atrações como o Vale da Lua e o Raizama.
Contras
- Possui menos infraestrutura do que Alto Paraíso. As ruas não são asfaltadas, por exemplo.
- Faltam bancos (mesmo caixa 24 horas, então leve dinheiro em espécie), postos de gasolina e o acesso é mais distante (a partir de Brasília).
- Possui menos opções de pousadas, então elas são mais disputadas e possuem preços mais caros. O pessoal acaba optando pelos campings.
Dessa forma, as duas bases têm suas vantagens e desvantagens. Se puder, fique nas duas cidades, assim você conhece tanto a esotérica Alto Paraíso como a rústica São Jorge. E tem uma noção mais completa do que é a Chapada dos Veadeiros.
Ainda existe a opção de ficar em Cavalcante, mas ainda não tivemos a oportunidade.
Dicas de pousadas em São Jorge
Em São Jorge, ficamos na Pousada Trilha Violeta (R$ 200,00 a diária, ref.: maio/2017). O atendimento inicial foi um pouco confuso (pediram depósito da reserva em cima da hora) e os quartos no andar superior tem uma escada em espiral que é praticamente impossível subir com uma mala grande. Se tiver com mala pesada, peça quartos no térreo.
Mas a pousada é bem florida e agradável, com excelente café da manhã, com tapiocas preparadas na hora e boa variedade de pães, doces e frutas.
Para quem prefere uma opção mais barata, a Pousada Casa Grande tem ótima localização e preço camarada (R$ 135,00 a diária, ref.: maio/2017). A pousada é bem simples e não possui ar condicionado ou TV no quarto, e peca na questão do conforto. Mas o café da manhã é ótimo, embora minha experiência nessa pousada tenha sido de 2012.
4 – Quando Ir (Melhor Época)
Chapada dos Veadeiros no Verão (Época das Chuvas)
Eu prefiro sempre evitar as chuvas, principalmente num destino como a Chapada dos Veadeiros. É que lá as trombas d’água são um dos principais problemas de segurança. Elas consistem em aumento muito rápido no volume de águas das cachoeiras, por causa de chuvas.
De qualquer forma, são poucas as cachoeiras que têm sua visita prejudicada na época das chuvas. Podemos destacar a Catarata dos Couros: o banho fica inviável (confira mais no post sobre a Catarata dos Couros no Marola com Carambola).
O pessoal do Leve sem Destino também montou um roteiro para o carnaval na Chapada dos Veadeiros, vale conferir.
Chapada dos Veadeiros no Inverno (Época da Seca)
Na Chapada não tem problema em encontrar as cachoeiras secas. Durante nossa visita, no mês de maio (já época das secas), a única cachoeira sem quedas era a Cachoeira do Abismo, que fica no caminho para o Mirante da Janela. As demais, bem deliciosas.
Por outro lado, em maio alguns cursos de água ainda estão cheios, então banhos nas corredeiras do Parque Nacional ou no Vale da Lua ainda não são seguros. Em julho, os níveis de água estão mais baixos e mais propícios para os deliciosos banhos de hidromassagem nesses lugares.
Os meses com maior quantidade de horas de sol vão de junho a setembro.
5 – Onde Comer: Restaurantes
O dia na Chapada começa nos caprichados cafés da manhã dos hotéis e pousadas da região. Capriche mesmo, pois como quase todo passeio envolve muita caminhada e esforço físico, é preciso estar bem alimentado.
É comum que os hotéis ofereçam kits de lanche para levar nas trilhas ou nos passeios (R$ 20,00). Caso você queira economizar, passe em algum mercado e compre frios, pão de forma e papel alumínio e faça seus sanduíches. Castanhas do pará, barras de cereais e frutas também são ótimas opções para as trilhas.
Depois de uma trilha puxada, vai bater aquela fome. Um dos meus restaurantes preferidos na região é a Risoteria Santo Cerrado, em São Jorge. Eles oferecem deliciosos risotos em panelinhas, num espaço para lá de charmoso. Iluminação a luz de velas e música ao vivo completam a ambientação.
Caso a fome não aguente até de noite, a Risoteria serve pratos desde a hora do pôr do sol. O pessoal senta na varanda para ver o fim de tarde e depois entra para comer.
Em Alto Paraíso, predominam pizzarias e achei difícil encontrar restaurantes com “comida de verdade”. Um deles é o sofisticado Jambalaya, que possui pratos bem elaborados. Mas o restaurante só funciona de quinta a domingo.
Nos demais dias, a gente acabou apelando mesmo para as pizzarias, para o delicioso hamburger do Quiriquiri Burger Gourmet (em Alto Paraíso) ou para a Tapioca do Cerrado (São Jorge).
Não deixe de ler:
O que fazer na Chapada dos Veadeiros – Top 10 Passeios Imperdíveis
Nota: Nossa hospedagem no Royal Tulip Brasília Alvorada foi uma cortesia do BHG – Brazil Hospitality Group.
60 Comentários
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Olá Fabio! Adorei seu blog e estou montando minha viagem para a Chapada com suas dicas!
Minha duvida, é solicitado em algum momento o comprovante da vacina da febre amarela para acessar os pontos turísticos e entrada do parque?
Elis os destinos que exigem vacinas e sempre bom ter, primeiramente para sua própria proteção e as regras de fiscalização podem mudar sempre. E melhor não se arriscar em perder a viagem e o dinheiro.