Já imaginou viajar para o Japão, sem sair de São Paulo? Essa grande metrópole permite essas possibilidades, e visitar o bairro da Liberdade é mergulhar na cultura e tradições nipônicas. Mas o que fazer na Liberdade?
Confesso que já tinha visitado o bairro em outras ocasiões, mas por falta de informação, minha visita não tinha sido tão interessante.
Por isso, quando a Patrícia do blog Bagagem de Memórias organizou o encontro Japão.br, achei a oportunidade excelente de fazer um mergulho real no bairro Liberdade.
E baseado em nossa experiência nesse encontro, viemos aqui compartilhar as melhores dicas para vocês. Confira a seguir 5 programas imperdíveis para fazer na Liberdade, e conseguir conhecer o bairro e sua cultura da melhor forma possível.
Liberdade SP: O que Fazer no Bairro mais Japonês de São Paulo
Confira 5 programas imperdíveis para se fazer na Liberdade
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1 – Bunkyo – Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil
Para começar nosso passeio pelo bairro da Liberdade, nada melhor do que visitar o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil. O museu é mantido pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social de forma não remunerada, mas com muita paixão.
O museu tem muitas informações e pode ser autoguiado, mas ajudou bastante explorar a história da imigração japonesa com as orientações do pessoal da Bunkyo.
O museu é muito grande e ocupa três andares e mais de 97 mil itens.
Para fazer a visita monitorada, no entanto, é preciso reunir um grupo grande e pagar o valor de R$ 150,00.
Quem não tiver essa possibilidade, pode utilizar o audioguia.
Destaques do Museu
Entre os destaques, confiram as maquetes dos navios que trouxeram os primeiros imigrantes japoneses para o Brasil, a recriação da vida dos colonos japoneses no Brasil, a cabana do imigrante e conhecer o criador do primeiro dicionário japonês-português.
O túnel “Guerra” também é bem marcante e conta como os “Kachigumi” e os “Makegumi” provocaram uma grande cisão dentro da comunidade japonesa no Brasil. O livro “Corações Sujos”, de Fernando Morais, adaptado para o cinema pelo diretor Vicente Amorim, conta aspectos desse momento pós-guerra.
O último andar do museu tem um impressionante painel do pintor Seiji Togo, chamado “Paisagens do Desbravamento dos Imigrantes”.
Ficha Técnica
- Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil
- Endereço: Rua São Joaquim, 381 – Liberdade / SP (Estação de Metrô São Joaquim)
- Visitas monitoradas devem ser agendadas e atendem somente grupos grandes.
- Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. Fechado às segundas-feiras.
- Ingressos: Adulto: R$ 16,00; Estudantes, crianças até 11 anos e idosos a partir de 60 anos: R$ 8,00
2 – Tour Guiado pelo Bairro da Liberdade
A Prefeitura de São Paulo possui um programa chamado Vai de Roteiro, que permite fazer passeios com guias credenciados, em várias regiões da cidade.
O tour pela Liberdade explora lugares conhecidos da Liberdade, como a Rua Galvão Bueno, a Feira da Liberdade e o Jardim Japonês.
O tour é repleto de informações e curiosidades sobre os lugares visitados.
Mas o tour também avança por partes menos famosas, mas ainda mais importantes historicamente. No final do século XIX, na Rua Tabatinguera ficava a Chácara Tabatinguera, que era de propriedade da família Lorena, uma das mais ricas e poderas da época. A família era tão rica que possuía uma capela, a Capela de Santa Luzia, que posteriormente foi doada à Curia Metropolitana.
Outro desses lugares é a Rua Conde de Sarzedas, onde os primeiros japoneses se instalaram na Liberdade, em 1912. Um dos motivos porque os japoneses se instalaram nessa região é porque na Conde de Sarzedas as casas possuíam porões, que eram alugados por preços bem baixos. E a localização central facilitava a locomoção dos japoneses.
Todas as atividades comerciais que deram origem ao bairro surgiram a partir dessa primeira localização.
Ficha Técnica
- Vai de Roteiro – Liberdade
- Duração: 1h30
- Preço: Grátis
- Horários: Terças, quartas e sextas, às 10h e às 14h
- Ponto de Encontro: Bilheteria do Metrô Japão – Liberdade
3 – Palacete Conde de Sarzedas
Também conhecido como Castelinho do Amor, o Palacete Conde de Sarzedas foi construído por Luiz de Lorena Rodrigues Ferreira, entre os anos de 1891 e 1895.
Ele se apaixonou por Marie Louise Belanger, uma francesa de 18 anos e construiu o palacete para ela. Essa é a origem do apelido “Castelinho do Amor”. Como o Palacete fica no alto de uma colina (no alto da ladeira que a Rua Conde de Sarzedas), a vista do castelinho era privilegiada para todo o vale do Tamanduateí.
Posteriormente, o arquiteto Ruy Ohtake projetou o prédio do Tribunal do Justiça nesse mesmo espaço, mas o Palacete foi tombado e restaurado. No local foi instalado o Museu e Centro Cultural do Tribunal de Justiça de São Paulo.
O resultado da união dos dois prédios é uma curiosa combinação do antigo e do novo, coisas do centro de São Paulo. Só fique atento e evite descer a ladeira da Rua Conde de Sarzetas, a região não é muito segura.
Ficha Técnica
- Museu do Tribunal
- Endereço: Rua Conde de Sarzedas, 100 – Centro
- Visitas em grupos devem ser agendadas antecipadamente, já que são acompanhadas por monitores. Para agendamento entrar em contato com a Coordenadoria de Museu (DRI-4) pelos telefones: (0XX11) 3295-5819 / 5816 / 5815
- Aberto ao público (visitas individuais não precisam de agendamento) de segunda à sexta feira das 11 às 17 horas.
- Entrada gratuita.
4 – Feira da Liberdade
No final das contas, a principal atração do bairro da Liberdade é circular por suas ruas, conhecendo lojas, pessoas e tradições. As principais ruas do bairro (Rua Galvão Bueno, Tomás Gonzaga, Estudantes e Glória) são decoradas com as típicas lanternas “suzurantô”.
É no final de semana que o bairro explode em cores e sabores com a tradicional Feirinha da Liberdade. O nome oficial é Feira de Arte, Artesanato e Cultura da Liberdade e funciona há 33 anos.
A feira acomoda vários tipos de serviços e culturas. A parte de gastronomia, por exemplo, não inclui somente pratos japoneses, mas também cozinha oriental e até brasileira. O tempurá, o yakissoba, o azuki (doce de feijão) e o guioza são algumas das opções mais consumidas pelos visitantes.
Ficha Técnica
- Feirinha da Liberdade
- Endereço: Praça da Liberdade – Estação Liberdade do Metrô
- Horário: Sábado e domingo das 9h às 18h
- Entrada gratuita.
5 – Onde Comer na Liberdade
Espaço Kazu
Durante nosso passeio pela Liberdade, não poderia faltar uma refeição em um restaurante típico japonês. A escolha da organização do encontro Japão.br foi o Espaço Kazu.
Muito mais do que um simples restaurante, o Espaço Kazu se denomina um complexo gastronômico, já que oferece diferentes opções para saborear a culinária tradicional japonesa.
O Izakaya Kazu possui como especialidades pratos como os Teppan Yakis, os Teishokus e os Domburis. Os pratos são fartos e muito bem servidos, e o restaurante não trabalha em sistema de rodízio. A ideia é que os clientes tenham uma experiência mais dedicada, na hora de saborear cada prato.
Há também uma casa especializada em Udon, com massas fumegantes, frescas e 100% artesanais.
E finalmente o complexo também conta com uma cafeteria em moldes orientais, no andar superior. As sobremesas são preparadas de acordo com o paladar dos japoneses, portanto menos doces do que as sobremesas brasileiras. Mas igualmente deliciosas. Não saia de lá sem provar o Choux Cream, uma espécie de profiteroles japonês. Delicioso e com diversos tipos de recheio e coberturas.
Ficha Técnica
- Espaço Kazu
- Endereço: Rua Thomaz Gonzaga, 84/90 – Liberdade
- Horário: No almoço, funciona das 11h às 15h no almoço, de terça a domingo. No jantar, o horário de terça a sábado vai das 18h às 22h30 e aos domingos e feriados fecha mais cedo, às 21h.
Hachi Crepe e Café
Uma opção mais rápida, barata e informal, mas não menos japonesa, é experimentar os crepes japoneses do Hachi Crepe e Café.
O nome da casa, Hachi, é inspirado no cachorro Hachiko, aquele mesmo do filme com o Richard Gere (Hachi: A Dog’s Tale, 2009).
Há também uma produção japonesa da mesma história, filme anterior do norte-americano (Hachi-Ko, 1987).
A casa abriu em novembro de 2011 e tem como especialidade é o crepe japonês. Eles são servidos em opções doces e salgadas, e podem ser servidos tanto enrolados na forma de cone, como no prato (com um valor adicional).
O ambiente também é um atrativo. Na televisão, artistas japoneses são a tônica e nas paredes, centenas de post-it são fixados pelos visitantes.
Ficha Técnica
- Hachi Crepe e Café
- Endereço: Rua Galvão Bueno, 586 – Liberdade
- Horário: segunda a quinta, das 11h às 19h30, sexta e sábado das 11h às 21h e domingos e feriados das 11 às 19h
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Fontes:
- História do Bairro da Liberdade no site Cultura Japonesa
- História do Palacete no site do Tribunal de Justiça
- Pontos Turísticos da Liberdade no Cidade de São Paulo
22 Comentários
Parabéns pela matéria bem feita, amo a cultura oriental.
a feira e as lojas estarão aberta dia 3 e 4 de abril de 2021?
Faltou muuuuito nessa lista o restaurante e cafeteria com jogos de tabuleiro e comida oriental Bodogami! Fica na Av. da Liberdade, 456, pertinho da estação de metrô Japão-Liberdade
Obrigado por contribuir Rafael. Realmente, deve ter ficado muita coisa legal de fora. Abraços.
Boa tarde Fábio.
Primeiramente gostaria de dizer que seu trabalho é assim como eu gosto, de mostrar e informar as pessoas de lugares que estão tão próximos e não nos damos conta.
Sei disso porque sou Guia de Turismo em São Paulo a 32 anos.
Devido a pandemia estou sem serviço desde Março, e por isso estou me reinventado criando passeios virtuais.
Vendo seu blog adirei algumas fotos.
Por isso gostaria de pedir autorização para usá-las.
Se precisar pode me contatar pelo tel. 11-974510976
Muito obrigado pela atenção.
Sergio Henrique
Olá! Dia 01/01 as lojas estarão abertas?